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Radares – eterno dilema

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Dá até para imaginar que em poucos anos a cidade de Juiz de Fora vai se transformar num verdadeiro campo minado.

Considerar que os marcadores de velocidade são a única solução para acabar com os acidentes nas ruas e salvar vidas, e que por isso aumentam a quantidade de equipamentos a cada renovação de contrato, é o mesmo que acreditar em apagar incêndio jogando gasolina.

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Com a chegada dos novos equipamentos, a cidade de Juiz de Fora passa a ter 54 pontos de fiscalização eletrônica. Quem não conhece essa cidade deve imaginar que ela seja gigantesca, por acolher tamanha quantidade de radares. Intrigante é tentar saber se esses acréscimos são realmente necessários, mesmo considerando que o número de acidentes, nos cinco primeiros meses deste ano, teria sido um pouco maior que no mesmo período do ano passado!

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Por conseguinte, causa estranheza esse propósito de a cada renovação aumentar o número de equipamentos, o que sugere uma infinita vontade por aumento de arrecadação. Por que não remanejá-los para outros pontos de maior ocorrência, se é que existem?

Não dá para acreditar nas lombadas eletrônicas, como forma de evitar acidentes, nem para amenizar o sofrimento financeiro dos motoristas. Tais lombadas contribuem para desgastar as peças dos veículos, sacolejar ou quebrar as mercadorias sensíveis que estiverem no porta-malas, além de aumentar os engarrafamentos. Enfim, só servem para causar inconvenientes.

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Já temos marcadores de 40km/h, e na próxima renovação talvez cheguem os novos de 30km/h, tudo em nome da segurança. Enquanto isso, a PM registra aumento de mais de 100% nos casos de embriaguez ao volante. Até quando ficaremos reféns da irresponsabilidade no trânsito?

A criatividade para punir os motoristas surge a cada renovação de contrato. Inventaram o registrador eletrônico 3 em 1: avanço de semáforo, de velocidade e parada sobre a faixa de pedestre. Um pouco de ganância, não? Ninguém para o veículo sobre a faixa porque quer. Houve uma necessidade para não avançar o sinal, e levar punição por causa disso é mais uma forma clara de querer saciar a fome do caixa.

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Ninguém é contra as punições justas aos infratores, o lamentável é constatar que tudo gira em torno de uma arrecadação gananciosa. A aplicação de multa pecuniária, acrescida de pontos na carteira, não seria dupla punição?

A finalidade dos radares deveria ser o cumprimento de missão educativa, cujo valor das multas ficaria mais justo em torno de 10% do salário mínimo. No caso de velocidades excessivas, não deveria haver graduação percentual na aplicação de multa. Isso denota fome de cobrança! É um absurdo classificar velocidades acima do limite estipulado para aplicar valores maiores de multa. Se o limite for ultrapassado, aplica-se a multa básica, e ponto-final.

A utilização de detector de radar instalado em veículo constitui infração gravíssima, em caso de flagrante. Então, essa proibição não estaria indo de encontro ao propósito dos radares que é promover maior segurança aos motoristas, além de missão preventiva e educativa?

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