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Reitores homenageiam Murílio Hingel

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Se há algo que une a esquerda e a direita em todo o mundo é a educação. A forma de fazê-la é o busílis da questão. Coerente com toda a sua trajetória de vida, desde os bancos escolares em Juiz de Fora, onde foi monitor dos colegas no ginásio na Academia de Comércio, da qual se tornou mestre de História e Geografia, dos mais afamados na região. E, aqui, foi também, entre tantas atividades, diretor da inesquecível Fafile (Faculdade de Filosofia e Letras) e criador do Colégio de Aplicação João XXIII, ambos da UFJF.

Pois, como educador nato e democrata, o professor Murílio de Avellar Hingel convocou, em 1993 e 1994, quando ministro da Educação do Governo Itamar Franco, todos os segmentos da área – pessoas e entidades, das menores às maiores representantes – para estabelecerem, democraticamente, o Plano Nacional de Educação. A participação do país foi emocionante: houve escola que entregou seu projeto escrito à mão.

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Talvez não só por isso ele seja lembrado como um dos melhores titulares do MEC em todos os tempos. Um marco na instituição. Até agora, quase 25 anos depois, é lembrado e homenageado por sua ação à frente da pasta, como ocorre, dia 21 de março, quarta-feira, em Belo Horizonte, quando recebe a “Medalha Educacional Andifes” dos reitores das universidades federais brasileiras, por sua contribuição ímpar ao compromisso global de “Educação para Todos”, assumido perante a Unesco, junto com outros oito países mais populosos do planeta. Além do reconhecimento como um dos ministros que mais valorizaram as IFES (instituições federais de ensino superior), a associação cita também a implementação pioneira do Plano Nacional de Educação Infantil.

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A característica de articular todos os setores educacionais faz parte do pensamento do professor Murílio, “desde que haja definição clara de atribuições e competências (normas e leis)”, diz. Ouso dizer que o Brasil seria outro se tivesse prosseguido, por exemplo, na implantação do Programa de Atenção Integral à Criança e ao Adolescente, que, mais do que fazer os prédios escolares referenciais nas comunidades, buscava a integração de todos os serviços sociais existentes em dada localidade, tal como hoje se preconiza para minorar os males dos mais pobres e coibir a violência.

Mas a vaidade não deixa. Cada um quer deixar a sua marca. O professor Hingel fez a sua, dando continuidade ao que de bom e republicano existia e extinguindo a “coisa ruim”. Tanto que o MEC, àquela época, enfim, saiu das páginas policiais, nas quais aparecia sempre por desvios de livros, merenda e verbas. Como parte do trabalho de saneamento do ministério, “A Voz do Brasil” anunciava todos os dias a remessa de recursos para as escolas, a fim de que os cidadãos tomassem conta.

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