Na região do Vale do Café no estado do Rio de Janeiro floresce um ímpar projeto de reflorestamento e repolenização. São diversos jardins que oferecem experiências sensoriais. Há aqueles em que a visão é a protagonista; noutros, os aromas. Nas laterais das colinas o som se manifesta pela farfalha das folhas. O tato se percebe ao caminhar sobre a grama entremeada nos jardins temáticos… Não obstante, apesar de não se permitir degustar o que os jardins nutrem, a alternativa ao último sentido – paladar – é visitar o bistrô que oferece funcionais e criativas opções, acompanhadas de uma honesta carta de vinho. É uma bela experiência sensorial!
Essa vivência provocou-me a reflexão sobre a paisagem de Juiz de Fora. De fato, temos diversas áreas ambientalmente preservadas na cidade. Parque da Lajinha, Morro do Imperador, Mata do Krambeck, Poço D’antas, jardim do Museu Mariano Procópio, dentre outros. Não obstante, ao contemplar o horizonte, podemos encontrar diversos hiatos da cobertura florestal, especialmente nas colinas da cidade. Se tiverem tempo, parem e reparem: o lancinante contraste entre os jardins e a mata perto do escritório da Tribuna de Minas e, logo após, a colina com taludes de terreno argiloso exposto léu com frações de tênue capim. Notem, também, o aparente pasto sem diversidade e estéril entre o Morro do Imperador e o campus da UFJF, acima do bairro Dom Bosco. Consternem-se com uma enorme erosão na colina por detrás da Santa Casa de Misericórdia. Lamentavelmente os leitores irão se lembrar de outras cenas equivalentes perto de suas respectivas moradias ou locais de trabalho na cidade.
Isto posto, creio que a atual administração municipal, que tem demonstrado vocação às questões sociais e ambientais, terá condição de elaborar um projeto inspirado naquele do Vale do Café fluminense e, destarte, reflorestar e repolenizar aquelas e outras tantas áreas da cidade que estão sem a pureza das folhas e subtraídas das cores e dos aromas das flores. Tão belo de se apreciar e tão sustentável de se orgulhar, essa ação vindoura, decerto, aumentará a autoestima de nossos concidadãos e ampliará a consciência sobre o cuidar de nosso planeta que, por sua vez, começa em nossa casa! Vamos?!