Em duas reportagens datadas de 15/08 e 11/09/2018, a Tribuna de Minas tratou da licitação que vem sendo realizada pela Settra para a instalação de mais 30 radares nas ruas de Juiz de Fora. Os novos radares serão: 13 para a fiscalização da velocidade, 11 de fiscalização tripla, isto é, aqueles que fiscalizam o avanço do sinal vermelho, a parada sobre a faixa de pedestres e o excesso de velocidade, e seis para registrar os infratores que vierem a trafegar nas faixas exclusivas para os ônibus.
Muita gente não sabe, mas o Brasil é o quinto país do mundo em acidentes de trânsito com vítimas fatais. Por ano, o nosso trânsito mata mais de 50 mil e fere, aproximadamente, 400 mil pessoas. Muitos desses feridos que sobrevivem se tornam inválidos para sempre. Esses acidentes de trânsito custam, aproximadamente, R$ 56 bilhões, e são responsáveis por destruírem e desestruturarem a vida de milhares de famílias que dependem dessas pessoas para sobreviver.
O excesso de velocidade tem sido a principal causa dessa tragédia. Um problema meramente comportamental de quem não tem educação e respeito por si mesmo, pelos seus semelhantes e pelas limitações impostas pelas normas de trânsito. Os limites de velocidades estabelecidos para as vias são calculados pela engenharia de tráfego e têm por objetivo propiciar segurança e proteção à integridade física das pessoas que fazem o trânsito.
O trânsito no Brasil faz mais vítimas que muitas guerras que estão em andamento pelo mundo. Isso é inaceitável, mas percebe-se uma acomodação das autoridades quanto a essa situação. A impressão que temos é a de que já nos acostumamos com essa tragédia, porque nenhuma providência mais eficaz tem sido tomada para estancar esse desastre. Não dá para aceitar pacificamente a perda de tantas vidas no trânsito, por isso é preciso fiscalizar intensamente as vias urbanas e rodoviárias, com o objetivo de punir exemplarmente os infratores que insistirem em não respeitar os limites impostos pela lei.
“Visão Zero” é um conceito de segurança viária originado na Suécia e que pode ser resumido no seguinte: nenhuma vida perdida no trânsito é aceitável. A abordagem é baseada no fato de que pessoas cometem erros – e esses erros podem ser prevenidos a partir de medidas de segurança como alterações no desenho viário e redução dos limites de velocidade.
Assim, quando a autoridade de trânsito do município decide aumentar a fiscalização eletrônica das vias através da instalação de mais radares (em inglês, radar= radio detection and ranging), tem por objetivo a segurança viária, pela redução do excesso de velocidade praticado, imprudentemente, por condutores de veículos automotores. A medida, com toda certeza, não pode ser considerada uma “indústria da multa”, mas, sim, um meio legítimo de coibir a “indústria de infratores”, que não respeitam as leis de trânsito e ameaçam a vida dos que fazem o trânsito!
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