Em São Luís do Paraitinga, interior de São Paulo, nascia em 5 de agosto de 1872 um dos principais protagonistas da história do país, Oswaldo Cruz. No início do século passado, o médico e cientista revolucionou a saúde pública brasileira. Não só as cédulas tupiniquins de 50 cruzados vinham com seu rosto em 1980 como, na data de seu aniversário, em 1967, foi instituído o Dia Nacional da Saúde.
A Lei nº 5.352/1967, responsável pela oficialização do dia, tem o intuito de promover a educação sanitária e conscientizar a população, ainda hoje, para a importância da saúde com base na promoção de uma maior qualidade de vida e na educação sanitária. Esta última, caracterizada por um conjunto de estratégias que promove a mudança de hábitos e impacta direta e indiretamente na saúde da população.
De trás para frente, da China ao Rio de Janeiro enquanto capital da República, da pandemia de Covid-19 às epidemias que assolavam o século passado, a educação sanitária é figurinha repetida e necessária à prevenção, ao combate e à eliminação de inúmeras doenças, que podem resultar em surtos, pandemias e epidemias. Neste sentido, ações de educação sanitária são imprescindíveis à mudança de realidade de inúmeros municípios e cidades.
Contudo, a Vigilância Sanitária que, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) promove e protege a saúde dos indivíduos por meio da regulação de produtos, serviços, procedimentos, ambientes, processos e tecnologias com potenciais riscos à saúde, também perpassa a autorresponsabilidade do cidadão no processo de agente causador e sofredor de moléstias. Dentre os exemplos de comportamentos decisivos, a coleta e descarte adequado de lixo; a higienização de alimentos antes do consumo; a utilização de água filtrada; a vacinação de animais domésticos e até mesmo diante da falta de saneamento básico, o enterro de excrementos distante de fontes de água.
Mesmo com apenas 44 anos de existência, Oswaldo liderou a vacinação contra a peste bubônica, a febre amarela, a varíola, a reforma do Código Sanitário e reestruturação dos órgãos de saúde e higiene do país, com reconhecimento durante o 14º Congresso de Higiene e Demografia de Berlim pelo trabalho no combate a epidemias no Brasil. Também foi responsável por erradicar a febre amarela no Pará e pela campanha de saneamento da Amazônia, ocupando o posto de diretor geral de Saúde Pública, correspondente ao cargo de Ministro da Saúde, cadeira na Academia Brasileira de Letras e da prefeitura de Petrópolis.
O legado de Oswaldo Cruz, que merece ser lembrado para além do Dia Nacional da Saúde, é da importância da defesa da ciência nacional, das pesquisas e da saúde pública, diretrizes que devem guiar o SUS e a formação de políticas públicas em saúde.