Existe uma ideia muito antiga, e igualmente falsa, que afirma não ser possível o homem mudar e reformar sua natureza. Se tal possa vir a ocorrer, o caminho seria pela via política, com um Estado forte e religiões dogmáticas. Prevalecendo esse pensar, entendemo-nos dispensados de empreender esforços para a autocorreção, repassando aos governantes e momentâneos líderes religiosos todas as responsabilidades de sonhos a serem realizados. Ao mesmo tempo, em particular, justificamos nossos atos de rebeldia, orgulho e preconceito como resultados naturais de nosso temperamento indomado, da existência de pobreza e dor que provocam os atos menos honestos ou servem de álibis para as falcatruas cometidas.
O orgulhoso e egoísta não aceita nada que macule a imagem por ele construída e, dentro de seus princípios fictícios, põe-se acima dos demais, seja na soberba de seu espírito, seja no tocante à posição social, seja ainda em relação às vantagens pessoais. Em qualquer comparação que o irrite ou o contrarie, entrega-se ao desequilíbrio e à cólera, comprometendo-se, consequentemente, com os resultados de suas agressões, conforme a regência da Lei de Causa e Efeito.
A doutrina de Jesus ensina sempre que devemos nos esforçar para o desenvolvimento íntimo da obediência e da resignação. Obediência é o consentimento da razão; e a resignação, o consentimento do coração. Na posse desses instrumentos, não mudamos o mundo, mas melhoramos o nosso mundo interior.
O ignorante, o bravo, o violento, até mesmo o teimoso, não conseguem ser resignados, porque não aceitam as consequências de seus atos, revoltam-se. O egoísta, assim como o orgulhoso, não consegue ser obediente, pois se vê mais importante do que é e acredita estar acima de todos.
Jesus, o Cristo de Deus, é a encarnação dessas virtudes e muitas mais. Seus ensinos gravitam eternamente entre nós, fundamentados sempre no esforço pessoal. “Amar ao próximo como a si mesmo… Vá e se reconcilia com o seu irmão… Perdoai não sete vezes, mas setenta vezes sete vezes.”
Vivenciando os ensinos do Cristo que promovem e estimulam um novo pensar e agir, surge o homem livre dos erros do passado, tornando-se sementeira do bem, construindo o efetivo caminho de felicidade, equilíbrio e paz redentora e testemunhando as palavras do Cristo: “Conhecereis a verdade, e ela vos libertará”.