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Teatros abandonados em JF

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Sem dúvida alguma, o “teatro” como arte caminha para seu fim. Sua morte está mais que anunciada! A grande atriz Fernanda Montenegro já dizia isso há muitos anos, mas sempre ressaltando junto a esta visão pessimista que haveria artistas que, em forma de guerrilha, resistiriam. Mas é uma luta difícil, pois os campos de batalha estão sendo extintos.
Juiz de Fora, cidade com mais de 500 mil habitantes, acaba de inaugurar seu teatro municipal, o tão aclamado e esperado (40 anos) Teatro Paschoal Carlos Magno! “Inaugurada”, sim, a obra! Políticos tiraram fotos, fitas foram cortadas, discursos, proclamados! O vazio continua, pois não houve planejamento para ocupação do espaço.

É como tantos hospitais anunciados em campanha política, que às vezes até têm inauguração (pedra simbólica), mas sequer têm uma maca… um médico! É restaurante que se inaugura sem comida… sem até mesmo um cardápio!

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O teatro precisa ser ocupado por peças, shows e, acima de tudo, pelo público! É preciso ter artistas ocupando este espaço, com trabalhos sérios e compromissados em levar ao povo entretenimento-arte-cultura, com qualidade artística, para que este tenha o que se espera de um teatro municipal, gerido pela Prefeitura. Do jeito que foi inaugurado, a tendência é que o Paschoal Carlos Magno se junte aos espaços tradicionais abandonados na cidade, tais como Pró-Música, Cine-Theatro Central (administrados pela UFJF)…

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A justificativa para tal abandono é sempre a mesma: “O Corpo de Bombeiros exige blá-blá-blá…”. O problema precisa ser resolvido! Simples assim. Fazer o que tem que ser feito. Convido a todos a conhecerem a página Muito Teatro, no Facebook, em que poderão ver dezenas de peças teatrais por mim produzidas, nos teatros citados e mais outros de Juiz de Fora, registradas por fotos, inclusive das plateias que lotavam, literalmente, estes espaços! Anos 90 e início de 2000! Quem sabe você não estava lá?! Peças infantis foram muitas, pois seu público era, é e sempre será fundamental para que tal morte anunciada não ocorra “por agora”, neste tempo de games e aplicativos em celulares e computadores.

É preciso espaço físico para a arte, mas vivo, pulsante, funcionando! Ou só teremos indivíduos (de todas as idades) alienados cuja diversão única é ir para a balada ouvir músicas de qualidade duvidosa, ir para bares beber, ir para rua se drogar, ou, mesmo, ficar em casa “brincando” no computador… O cérebro e a mente precisam ser alimentados com conteúdo, e não seria pedir demais que espaços culturais sejam mantidos com todas as forças possíveis para que possam oferecer este “alimento” único, através da música, do teatro, do cinema, das artes plásticas, da dança, da poesia, da literatura, da pintura…

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