Em cima da hora, notícia gravíssima informa a oficialização da PMMG junto à 8ª Promotoria do MPMG de sua impossibilidade ou incompetência, dá no mesmo, para cumprir a obrigação de proteção da população de três bairros de Juiz de Fora (MP aciona Justiça para mudar locais de três blocos carnavalescos, TM, 14/02/23). Assusta mais pela constatação que pela desconfiança corrente de boca em boca, como se diz. Resta às autoridades competentes, diante da gravidade exposta pela instalação do vácuo oficializado, fornecer alternativas que restabeleçam a segurança e a proteção das pessoas, cidadãs e contribuintes, que ostentam o direito inalienável de estar e circular nos referidos locais, inclusive desfilar e pular o carnaval.
Ano passado a Funalfa convocou a comunidade carnavalesca propriamente dita, os agentes mais envolvidos na festa, para reunião realizada no Teatro Paschoal Carlos Magno, e a perspectiva colocada foi a colaboração entre as agendas oficiais, PM presente, e as organizações populares que compareceram em número significativo. Não se falou nada a respeito da desproteção agora assumida institucionalmente, gerando uma situação bastante perigosa para quem realiza ou participa dos eventos ali abordados.
A autoridade municipal deve uma explicação cabal à sociedade, pois tal desproteção compromete a segurança de toda jurisdição sob responsabilidade do 2º BPMG, não apenas a realização do carnaval, pois o pré-requisito preventivo posto agora de afogadilho gera intranquilidade generalizada. Igualmente, nesse mesmo sentido, as pastas municipal e estadual de segurança têm a obrigação de se posicionar urgentemente, pois a notícia ecoou no meio da festa, com o calendário pré-carnavalesco já em andamento.
A Funalfa, enquanto instância mantenedora da cultura, do mesmo modo, a Prefeitura, patrocinadora da cidadania, as entidades todas, seus representantes, enfim, devem solicitar e repassar à população as informações que garantam a comemoração num clima de maior segurança possível, que favoreça e contribua para a tranquilidade geral. Para a população, é uma oportunidade de buscar aprofundar o diálogo com todas as autarquias envolvidas no sentido do aprimoramento precário que a cidadania recebe de todas as instituições públicas não somente no período carnavalesco. Assim, imitando o modus operandis das comunidades que driblam as dificuldades na realização do carnaval, fazer do azedume do limão uma maravilhosa, graciosa e encantadora limusine alegórica, e na frente, atrás, dos lados e sobre ela nossas fantasias e alegorias todas, em segurança “na avenida colorida”, essa passarela de todas as gentes, sambas e carnavais.