Mais um momento marcante da trajetória centenária do Tupi se avizinha. Nesta segunda-feira, dia 19 de outubro, pelo segundo ano consecutivo, o time de Juiz de Fora disputa o acesso para a Série B do Campeonato Brasileiro. Alcançar o maior degrau da história do clube é um sonho que cada amante do futebol local já sonhou ao menos uma vez. E para que ele se torne realidade, foi e ainda é preciso acreditar.
Não só acreditar que o resultado no confronto desta segunda-feira, contra o ASA, em Arapiraca, no interior de Alagoas, vai colocar o clube juiz-forano entre os 40 melhores do país. Foi preciso acreditar que o trabalho feito nos últimos anos, quando o Tupi conquistou os principais títulos de sua história, mesmo sem ter o orçamento e a estrutura de clubes disputando as mesmas competições, estava certo. Necessário, objetivamente, saber que repetir o que foi feito no ano passado, com as correções de rumo imprescindíveis, era o certo a se fazer.
Para driblar a falta de força nos cofres, o clube acredita no trabalho árduo para a montagem do elenco e da comissão técnica. A contratação de pessoas, muito mais que somente jogadores e profissionais da bola, dispostas a crescer junto com o Tupi é sempre primordial. Assim foi montado o atual grupo, com as correções necessárias logo após o Campeonato Mineiro. Nos sacrifícios do dia a dia, foram forjados os laços necessários para que ele se tornasse forte, e dentro de campo demonstra a competência e a firmeza fundamentais para uma campanha sem sustos nessa Série C, cuja primeira fase o Carijó passou praticamente toda disputando a ponta do grupo B e na qual conseguiu classificação antecipada para as quartas de final. Acreditar no acesso também passa por aí.
Até mesmo as derrotas na reta final da primeira fase foram importantes. Um time autoconfiante demais e sem consciência de suas limitações poderia muito bem deixar escapar entre os dedos o tão sonhado acesso. Já vimos isso acontecer. Não é o que demonstra essa equipe, que foi capaz de transformar, com uma vitória por 2 a 0, a “desvantagem” de jogar em casa o primeiro jogo do mata-mata que define quem sobe para a Série B em “vantagem” de poder empatar e até mesmo ser derrotado no jogo no campo do adversário. Por isso, nela é mais do que possível acreditar.
Mas para além das razões práticas e palpáveis para confiar no acesso do Tupi nesta segunda, o verdadeiro carijó, daqueles que não saem aborrecidos aos 37 do segundo tempo do Helenão, sabe que os motivos para crer que o time de Juiz de Fora estará na Série B em 2016 são muito mais intangíveis. Para todos eles, em Arapiraca ou com os olhos nas televisões em casas e bares da Princesa de Minas, a confiança nessa conquista não está nos números da campanha e nem mesmo na vantagem conseguida. Ela reside no simples fato de que é assim, com esse grau de sacrifício, com adversidades que parecem insuperáveis e diante de estádios cheios de torcedores rivais – não se esquecendo de contar com as bênçãos de ídolos como João Pires e Geraldo Magella Tavares -, que os grandes feitos do Carijó são conseguidos. Basta acreditar!