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O momento é de revisar processos!

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Há um clichê no mercado que diz, com algumas variações: “toda crise pode ser uma oportunidade”. Vamos tirar esse clichê de cena, pois sozinho ele não diz nada. Mas vamos fazer uma reflexão mais produtiva e dar nova interpretação a ele. A minha proposta a você, leitor, é a seguinte: vamos aproveitar a crise para revisar os processos da empresa? Mas não é simplesmente fazer o mesmo com menos recursos, como é outro mantra já desgastado, que sempre é repetido. Proponho: vamos reescrever os processos da empresa! Assim, você poderá observar com mais objetividade onde deve ser alterado e avaliar se esse processo revisado acrescenta algum valor ao seu negócio. Somente o fato de desenhar o processo já o levará a uma avaliação crítica da forma de execução da atividade e da importância que ela tem para o negócio. Parece fácil, mas não é!

As forças corporativas internas e o jogo de poder são muito fortes e vão lançar mão de todos os argumentos para que as coisas continuem como sempre foram feitas, afinal, elas são importantes para a empresa; esses serão o argumento e o sentimento de preservação da zona de conforto. Será o conflito mais duro que você terá que enfrentar para redesenhar os processos da sua empresa. São verdades consolidadas que precisarão ser rediscutidas. Entretanto, sem enfrentá-las de forma decidida, não se fazem as mudanças e ajustes necessários. Então, o que pode ser feito?

Nesse caso, há que ser acionada uma força não comprometida com o “modus operandi”, com o “status quo” da organização. O mais recomendável é ter um agente externo para fazer essa revisão, sem os compromissos corporativos que agem no interior da organização.

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A empresa não pode se contentar em querer fazer o tradicional: cortar mais um funcionário, cortar cafezinho, reduzir um posto da vigilância, reduzir preço – em função da pressão da força de vendas – e assim vai…. Tudo isso deveria ser feito em qualquer momento, mesmo nos momentos de “vacas gordas”. Fazer isso em momento de crise é não atacar os reais problemas, é simplificar as coisas. Entretanto, um benefício das crises é trazer para as organizações o sentido de urgência.

Quando começamos a revisão dos processos das empresas, em todas as áreas – produção, financeiro, controladoria, recursos humanos, vendas, em qualquer área -, detectamos sobreposições de atividades, pessoas com perfis inadequados para o exercício das funções, baixa produtividade, conflitos na tomada de decisões, interesses pessoais mais importantes que os da empresa, ilhas de poder, etc. Tudo isso deve ser revisto e ajustado.

Nunca deixe de fazer o que é necessário para o funcionamento adequado da sua empresa. Tome as decisões necessárias para preservar interesses, diretos e indiretos, que sejam somente os da sua organização empresarial. Não é individualismo, é observar o cenário e agir com prudência e coragem!

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Alguém poderia dizer: “é, mas isso deve ser feito sempre!”. Sem dúvida alguma, mas muitas vezes só buscamos o remédio quando a enfermidade nos causa desconforto, e a crise é esse desconforto que muitas vezes pode levar a sua empresa à morte.

Mais itens para reflexão: a) pense bem sobre o processo de venda, afinal, quanto custa um orçamento de venda? b) qual o retorno que cada membro da equipe de venda gera para a empresa? C) quanto custa o estoque que você carrega e pensa ser normal a empresa ter elevado o volume de estoque? Faça a conta!

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Acreditamos que, nos momentos de crises, como o que vivemos atualmente, a revisão formal dos processos internos deve ser a principal premissa para uma boa decisão para os ajustes necessários nas operações da empresa. O ponto de partida para essa avaliação é buscar o custo mínimo da operação, ou seja, o que é imprescindível para que a empresa consiga atender algumas necessidades básicas: a) produzir com o menor custo; b) vender com o menor custo; c) administrar com o menor custo.

O nome do jogo será: simplicidade, governança necessária, custo mínimo, muita coragem para a preservação do patrimônio dos acionistas. Como fazer tudo isso é o desafio que os gestores enfrentarão nesse momento conturbado da vida empresarial nacional. É preciso ter muita capacidade de gestão e contar com profissionais capacitados interna e externamente.

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