O 18 de maio – Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes – foi escolhido porque, nesta data, em 1973, em Vitória (ES), um crime chocou o país e ficou conhecido como o “Caso Araceli”. Esse era o nome de uma menina de apenas 8 anos de idade que foi raptada, estuprada e morta por jovens daquela cidade.
Desde então, o tema é levado para debate, pois não falar é esquecer, e esquecer significa não proteger a infância. No Brasil, os dados são alarmantes: só no primeiro quadrimestre de 2022, o Disque 100 recebeu mais de 50 mil denúncias de violência contra crianças ou adolescentes.
É preciso trabalhar educação sexual nas escolas, e isso não significa que os professores vão ensinar sobre “fazer sexo”, como muitas pessoas equivocadamente podem pensar. É, sim, falar sobre o assunto de forma a orientar, alertar para abusos, explicar sobre doenças sexualmente transmissíveis etc.
Muitas crianças e adolescentes sofrem abuso e sequer sabem que são vítimas de um crime. Os abusadores podem agir simulando carinho e envolver o pequeno indivíduo como se aquilo não fosse uma forma de violação ao corpinho dele ou dela. As famílias devem ensinar suas crianças sobre consentimento, sobre o que é parte íntima e que ninguém pode tocar, mexer ou beijar seu corpo nestas regiões. “E se alguém quiser fazer isso?” – pode perguntar a criança. Você explica que ele deve recusar, correr e chamar um adulto.
Não utilize nomes comuns, como “pirulito” e “florzinha”, para nomear as partes íntimas. O abusador pode se aproveitar disso para atrair seu pequeno. Adolescentes e crianças, muitas vezes, participam de jogos sexuais, exposição à pornografia e as famílias negligenciam, como se fosse “normal”, mas não é.
E o que fazer se uma criança ou adolescente relatar que foi abusado? Primeiro, mantenha a calma e ACREDITE! Muitas pessoas julgam que a criança está inventando, quando na verdade há ali um trauma levado para a vida adulta. É preciso ajudar, acolher, ouvir. Na maioria dos casos, o abusador é conhecido e pode ser até alguém muito próximo. Por isso, muitas famílias ficam com vergonha ou medo de denunciar. Só que a denúncia pode ser anônima! Denuncie! Ligue: 181; 156; 190; ou 100.
Por último, é importante enfatizar que você, pai, mãe, cuidador, deve mostrar que seu filho pode confiar em você. Se você interage baseando-se na agressão física ou verbal, sua criança está sendo ensinada a ter medo. Com isso, numa possibilidade de abuso, ela pode não se sentir confortável em te contar, por receio da sua reação. Pense nisso! Crie laços, gere confiança, “faça bonito” – como diz o slogan da campanha contra o abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes.