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A armadilha dos jogos de apostas on-line

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O Brasil enfrenta uma crise com o crescente acesso a jogos de apostas on-line. Dados da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) revelam que 63% dos apostadores comprometem seu orçamento. Mas por que isso está acontecendo de forma tão rápida e intensa? A resposta pode ser encontrada tanto nos processos cerebrais, quanto nos mecanismos econômicos.

Nosso cérebro é vulnerável a certos mecanismos de recompensa. Quando apostamos e ganhamos, o sistema de recompensa é ativado pela dopamina, um neurotransmissor responsável por sensações de prazer e motivação, que cria uma sensação imediata de euforia, o que nos faz querer repetir o comportamento.

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Esse ciclo é reforçado por vieses cognitivos, como o otimismo exagerado, que nos faz superestimar as chances de ganhar. O fato de os jogos darem a falsa sensação de controle – como se o jogador tivesse poder sobre o resultado – cria uma armadilha emocional.

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Milhares de brasileiros estão caindo nessa armadilha. Segundo o estudo da SBVC, para sustentar o vício, 23% dos apostadores deixaram de comprar roupas, 19% pararam de fazer compras no supermercado e 14% renunciaram a produtos de higiene e beleza. Diante de um cenário tão desafiador, é possível evitar cair nessa armadilha? Sim, existem maneiras de se proteger.

Educação financeira: compreender os riscos e as armadilhas é o primeiro passo, pois ajuda a avaliar melhor as consequências das decisões e a estabelecer limites para gastos com apostas.
Reconhecer os sinais: identificar se o jogo está saindo de controle é essencial. Caso perceba que as apostas estão tomando espaço nas finanças ou no bem-estar emocional, é hora de buscar ajuda.
Estabelecer limites: definir um orçamento para o lazer e nunca ultrapassá-lo pode prevenir problemas maiores.

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O vício em jogos de apostas on-line no Brasil é um problema que vai além da economia e toca em questões emocionais e cognitivas. Nosso cérebro, em busca de recompensas imediatas, pode nos levar a decisões impulsivas e arriscadas. Geralmente, usa atalhos mentais – conhecidos como heurísticas – para tomar decisões rápidas, mas sem muita precisão. A solução passa por conscientização, educação e apoio para que possamos, juntos, combater essa epidemia.

Esse espaço é para a livre circulação de ideias e a Tribuna respeita a pluralidade de opiniões. Os artigos para essa seção serão recebidos por e-mail (leitores@tribunademinas.com.br) e devem ter, no máximo, 30 linhas (de 70 caracteres) com identificação do autor e telefone de contato. O envio da foto é facultativo e pode ser feito pelo mesmo endereço de e-mail.

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