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Esclarecimento católico

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Em entrevista publicada na Tribuna de domingo (14/09/2014), o médium sr. Divaldo Pereira Franco se equivocou ao afirmar que o memorável Papa São João Paulo II “reconheceu que céu e inferno são estados de consciência, como Allan Kardec o fez”. Considerando que tal afirmação não corresponde à verdade, parece-me justo esclarecer respeitosamente o seguinte: fiel às afirmações de Jesus Cristo presentes na doutrina bimilenar da Igreja Católica, o Papa São João Paulo II sempre sustentou e confirmou os ensinamentos tradicionais da Igreja sobre a existência e a eternidade do inferno e do céu. Em 1992, São João Paulo II aprovou e posteriormente promulgou o Catecismo da Igreja Católica, apresentando-o como “norma segura para o ensino da fé católica”.

O Catecismo explica que “seguindo o exemplo de Cristo, a Igreja adverte os fiéis acerca da triste e lamentável realidade da morte eterna, denominada também de ‘inferno’. A pena principal do inferno consiste na separação eterna de Deus, o único em quem o homem pode ter a vida e a felicidade para as quais foi criado e às quais aspira” (Catecismo da Igreja Católica n° 1056 e 1057). Ao descrever o juízo final, Jesus Cristo deixa claro que os bons irão para a vida eterna, e os maus, para o suplício eterno (Mateus 25,46).

O Catecismo explica que “Jesus fala muitas vezes da ‘Geena’, do ‘fogo que não se apaga’, reservado aos que recusam até o fim de sua vida crer e converter-se, e no qual se pode perder ao mesmo tempo a alma e o corpo (Mateus 10,28)” (Catecismo da Igreja Católica n° 1034). A Igreja Católica afirma que “morrer em pecado mortal sem ter-se arrependido dele e sem acolher o amor misericordioso de Deus significa ficar separado do Todo Poderoso para sempre, por nossa própria opção livre. E é este estado de autoexclusão definitiva da comunhão com Deus e com os bem-aventurados que se designa com a palavra “inferno” (Catecismo da Igreja Católica n° 1033).

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No Concílio de Orange (ano 529), a Igreja declarou que “Deus não predestina ninguém para o inferno; para isso é preciso uma aversão voluntária a Deus (um pecado mortal) e persistir nela até o fim” (Catecismo da Igreja Católica n° 1037). Ainda sobre o inferno, o Papa São João Paulo II assim escreveu: “A eterna condenação é com certeza anunciada no Evangelho”; “Nesta, não é tanto Deus que rejeita o homem, mas o homem que rejeita a Deus”; “O Deus que é amor não é também justiça definitiva? Pode aceitar estes crimes terríveis, podem eles passar impunes? A pena definitiva não é de algum modo necessária para alcançar o equilíbrio moral na história tão intrincada da humanidade?” (São João Paulo II no livro “Cruzando o limiar da esperança”, páginas 81 e 174).

Em relação ao céu, o memorável Papa também sempre ensinou que se trata de um estado definitivo de vida perfeita e eterna junto de Deus e de todos os justos. A contemplação de Deus em sua glória celeste é chamada pela teologia católica de “visão beatífica”. Tratando-se de verdades de fé fundadas na Sagrada Escritura e na Sagrada Tradição, os ensinamentos da Igreja acerca do céu e do inferno são definitivos e irreformáveis.

O presente artigo foi aprovado pelo Excelentíssimo Arcebispo de Juiz de Fora, dom Gil Antônio Moreira, que me autorizou a publicar este esclarecimento.

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