Um amigo decidiu participar de um processo seletivo para um cargo de gerência numa empresa. Por mais graduado que fosse, não passou, tendo o feedback de que sua “estética” não se igualava aos valores da empresa. Uma amiga foi “gentilmente” dispensada de um estabelecimento de saúde devido à decisão de utilizar tranças no cabelo.
Basicamente pelo mesmo motivo. Sob a ótica errônea de alguns seres humanos em cargos de gestão e recrutamento, o cabelo black power, crespo e trançado pode afetar uma rotina trabalhista.
Por definição geral, o cabelo crespo tem essa forma devido à queratina dentro do seu córtex, que é a estrutura interna do fio. Há uma quantidade maior de queratina nos lados e menos no centro da circunferência da haste. Apenas uma definição capilar. Nas publicações acadêmicas, empresariais, sociais ou mesmo nas provas de conhecimento e aptidão para cargos, não há relatos ou provas de que os fios atrapalham no desempenho de tarefas ou no nível de competência do indivíduo.
São homens e mulheres que trabalham, estudam, moldam e evoluem as suas áreas de conhecimento para garantir o seu sonho de estar numa posição profissional de sucesso e reconhecimento, trabalhando com o que gostam, para levar sustento e acesso para sua vida e das pessoas ao redor, como qualquer outro trabalhador ou estudante. O que precisa estar em comum crescimento é a abordagem de gestores em tirar tais critérios de seleção pelo cabelo ou pela “estética” do profissional que está à sua frente, pois, da mesma forma que o candidato cuida do seu visual, o seu currículo também está tão impecável quanto.
As oportunidades têm que estar abertas para todos, pois as batalhas diárias para conseguir certificados, diploma e especializações têm lá os seus níveis de dificuldade, acadêmicos e sociais, assim como o seu acesso. Não pode ser pelo cabelo que uma porta deve ser fechada. Não pode ser por uma trança que uma demissão deve ser assinada. O nome Black Power não está aí à toa.