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Itamar: o social e o econômico

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Um exame sério das convicções e do papel de Itamar Franco na história evidenciará que, para ele, o econômico, o financeiro e o monetário nunca passaram de um meio para alcançar o fim maior da Constituição brasileira: “a redução das desigualdades regionais e sociais e o bem-estar da coletividade nacional num ambiente de paz de progresso”.

O fio condutor do pensamento e das premissas do Governo Itamar foi o social. E foi essa a razão dos tantos conflitos com a suposta onisciência da área econômica, que pretendia empurrar garganta abaixo suas decisões e prioridades revestidas de pareceres técnicos.

Itamar sempre foi incrédulo e arredio aos argumentos herméticos e às formulas indecifráveis dos economistas. Ele entendia ser o detentor da titularidade, da responsabilidade política pelas decisões de Estado. Jamais abriu mão de questionar os totens econômicos quando esbarravam nas prioridades sociais, no juízo do interesse social amplo, para seguir um suposto imperativo, que, na realidade, traduzia o interesse das elites e dos detentores dos privilégios.

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Ao analisar as representações da “Era Itamar”, posso afirmar que o que aconteceu no curto período de 1992 a 1994, do qual participei intensamente, se incorporou à memória coletiva, consciente e/ou inconsciente da nação brasileira. Não estamos no limbo da história, como tantas e tantas vezes confidenciamos Itamar e eu. Somos vencedores! Não em termos de honrarias e posições individuais e subjetivas, mas como sujeito histórico coletivo, com contribuições decisivas, substantivas, ao que está aí de melhor, no que tivemos de melhor nas eras FHC e Lula, e o que certamente ainda virá sob a bandeira consolidada da democracia: maior legado de Itamar.

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