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Céu Negro: o fenômeno climático

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No final de setembro, um enorme tornado foi filmado por um motorista que dirigia seu automóvel numa BR no interior da região central do país. Sua filmagem foi exibida em um noticiário da TV: um redemoinho com vento que se elevou às alturas e carreou uma quantidade substancial de areia e detritos numa velocidade espantosa, tornando o céu negro. É um fenômeno que, frequentemente, ocorre nos EUA, causando prejuízos financeiros e deixando famílias desabrigadas.

Poucas pessoas sabem que, durante quase toda a década de 1930, a seca atingiu mais da metade dos EUA. No livro “GrapesofWrath” (1939), que significa “As Vinhas da Ira”, o autor Josh Steinbeck descreveu o fenômeno e traduziu o sentimento de desesperança da população. Nessa época, o fenômeno recebeu o nome de “Dust Bowl” (“Taça de Pó”). No Brasil, é mais conhecido como “Vento Negro”. No entanto, até agora, é raro por aqui, mas, sob certas circunstâncias, ocorreu há algumas semanas e poderá acontecer novamente.

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Fenômenos desse tipo resultam de condicionantes naturais, como climas mais áridos e falta de chuvas regulares, e questões humanas, como desmatamentos e incêndios florestais. O uso inadequado do solo também contribui. Os cientistas acreditam que esse fenômeno poderá ser visto em outras regiões do mundo, se não repensarmos o modo de intervenção no solo e nas vegetações nativas.

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Tais agressões têm aumentado nas últimas décadas. O ano de 2024 foi atípico no Brasil. A seca atual é uma das mais rigorosas. Desde quando se iniciou as medições dos principais rios, eles estão bem abaixo dos seus níveis, prejudicando a pesca e a navegação. Outrora caudalosos, agora são meros filetes de água.

No Sul, no entanto, o excesso de chuvas causou danos irreparáveis. Destruição e mortes foram os temas dos noticiários. Nos demais biomas, as áreas desmatadas e queimadas também fazem estragos. Nos últimos meses, as queimadas e os desmatamentos foram registradas em quase todas as regiões do país.

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As alterações no clima, os impactos ambientais e a perda da biodiversidade afetam a disponibilidade e os preços dos mais variados produtos, tão necessários para as atividades econômicas.

O Brasil precisa adaptar seus meios de produção agrícola, manter vigilância constante nos seus biomas e empregar meios modernos para combater queimadas e desmatamentos. As leis ambientais têm que ser mais rigorosas para punir aqueles que vão de encontro à biodiversidade no país. Atualmente, elas são brandas e relaxadas. Por isso, a cada ano, o Brasil perde cada vez mais seus recursos naturais.

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