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Sofomaníacos bovaristas

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Crê-se que o caro legente, oportunamente, já se deteve na leitura da obra de Platão (filósofo e matemático grego que viveu entre 428 a.C – 348 a.C., período clássico da Grécia Antiga), mais especificamente “A República”. Como é sabido, tal obra é composta por dez livros, os quais revelam várias formas de governo e modelos políticos; ainda, traz em seu bojo a metáfora do “mito da caverna”. No livro VII da obra citada, Platão revela que através do conhecimento, do saber e da verdade pode-se identificar um governante capaz de promover política com justiça, posto que a busca pela verdade é a característica maior de um governante. Em suma, pode-se afirmar que Platão rompe as barreiras do pensamento mítico através do pensamento filosófico.

Fato é que 23 séculos depois, René Descartes, Francis Bacon, John Locke e Isaac Newton, precursores do Iluminismo (séc. XVIII), defendiam a liberdade de expressão dos cidadãos, a liberdade religiosa, acreditavam que todos são iguais perante a lei e que todos têm o direito de defesa contra o abuso das autoridades. Indo além, acreditavam que o progresso e a felicidade seriam o caminho traçado para a humanidade; impende informar que o Iluminismo teve origem no movimento Renascentista (movimento cultural, científico, político, econômico, filosófico etc., surgido na Itália do séc. XV), que buscou romper com as ideias e os ideais do mundo medieval (séc. X – XV).

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Saltando para a era contemporânea e seguindo as mudanças promovidas nas (e pelas) mais diversas áreas do saber em meio a falsos governos democráticos, de governos corruptos que determinam o cenário político, econômico, social, o desemprego e a fome e a miséria de uma nação, que objetivam o poder pelo poder, restam algumas indagações: convém ao homem moderno afastar-se da filosofia, do saber, do conhecimento? Ou o homem moderno já se afastou e ainda não percebeu? Está o homem moderno se transformando naquilo que não escolheu ou em um “sofomaníaco bovarista”?

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Talvez, aguçado pela curiosidade, indague o caro leitor o que significa, afinal, o termo “sofomaníaco bovarista”. Sofomania, adjetivo, é a tendência para querer se passar por sábio(a), que tomam por verdades as suas ideias. Já bovarista, adjetivo de dois gêneros, consiste em uma alteração do sentido da realidade na qual uma pessoa possui uma deturpada autoimagem – na qual se considera outra, que não é -, de acordo com o filósofo e ensaísta francês Jules de Gaultier (1858 – 1942).

Assim é que 26 séculos depois da metáfora proposta por Platão, qual seja, o “mito da caverna”, os ocupantes daquela caverna podem ser representados modernamente pelos sofomaníacos bovaristas. Em outras palavras, o mito, o sofomaníaco bovarista, acabou por viver uma vida própria enquanto caminha para a supraindividualidade e, afastando-se da filosofia, do saber e do conhecimento, o governante sofomaníaco bovarista não percebe estar conduzindo a nação em rota de colisão com a bárbarie de que durante séculos a sociedade tentou se afastar.

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A origem da vida é, talvez, um dos maiores mistérios da ciência!

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