Mesmo tendo todo o cuidado de se cercar com placas metalíferas, a presidente abriu as comemorações do 7 de setembro sob vaias em Brasília.
Teria sido o Muro de Berlim ressuscitado? Não, apenas um muro construído com material resistente para separar a presidente reeleita dos manifestantes que se apresentam contra o seu Governo. Tal empreitada acintosa não foi suficiente para conter a indignação da plebe. Literalmente, uma blindagem da presidente, que vem sendo afastada cada vez mais de seus eleitores.
O fato de a presidente erguer um anteparo de metal, na Esplanada dos Ministérios, contando ainda com um forte esquema de segurança policial para garantir a sua participação em evento cívico em seu país, vem demonstrar que já passou da hora de deixar a Presidência da República. A renúncia seria muito mais elegante. Quando um presidente teme o seu povo, por coerência, ele deixa de ser um governante e passa a ser um farsante.
O Dia da Independência do Brasil foi comemorado sem liberdade de manifestação, enquanto o Grito do Ipiranga foi substituído pelo grito “Fora PT”, ao som do “colheraço” ecoado no desfile militar. As Forças Armadas cumpriram o seu dever cívico-militar, cercadas pelo muro da vergonha, todavia, ao povo não foi dado o direito de participar desse evento de grande importância histórica.
Do lado de fora, nos protestos, as atrações ficaram por conta dos gigantescos bonecos infláveis “pixuleco” e “pixuleca”, enquanto a solenidade cívica acontecia dentro do cercadinho.
Muros de chapas de aço foram instalados em Brasília para proteger a reeleita, mas impedem o direito de ir e vir do cidadão do povo. Uma prova de que a presidente mantém contato com o povo a distância. Governo popular assim só se for virtual. A democracia desse Governo é, realmente, cabulosa! Nem no governo militar – do qual tantos falam mal – houve um isolamento dessa magnitude. Quem sabe esses muros ficarão para sempre? Ou, ainda que eles sejam retirados, a segregação entre este Governo e o povo jamais será desfeita.
A democracia está sendo desrespeitada, vilipendiada em todas as suas formas, e isso é um grave atentado. O acesso de pessoas que desejam fazer manifestação contra a presidente não foi permitido pelos seguranças do Planalto; somente pessoas simpatizantes do Governo puderam ter presença garantida no local do evento.
Mesmo se dizendo uma democrata, a presidente não gosta de ouvir a voz das ruas, por isso, ela transformou Brasília em um bunker nazista, em que somente os companheiros estão autorizados a entrar. Que vergonha, a capital federal mais parece uma zona de guerra. Eis o partido do povo que tanto ama os pobres!
Nunca antes na história deste país se viu uma comemoração da Independência tão afastada do povo. Se foi, de fato, para manter distância das possíveis manifestações de protesto, teria sido melhor não comparecer ao ato cívico. Foi um tiro no pé, e a população não deixou por menos. Como se fossem panelas, as placas de metal da muralha serviram para ecoar o “colheraço, e, ao final das comemorações, elas foram derrubadas pelos barrados no baile.