Alguém, provavelmente um brasileiro, conhecedor do que acontece em nosso país, e que acompanha a trajetória verde-amarela pelos tempos e espaços telúricos, usando nosso próprio bom humor, poderia, simplesmente, responder à pergunta acima: o gato comeu! E se lhe perguntássemos: onde está o gato? Ele responderia: foi para o mato! Só que, apenas, nos dias atuais, se lhe perguntássemos onde está o caráter do brasileiro? Ele, com veemência, responderia: o gato comeu! E se insistíssemos, perguntando: onde está o gato? Ele diria: está nos “representando”. E se, perplexos, perguntarmos onde? Diria: nos três poderes, dos municípios ao Planalto, com milhões de “colaboradores”, entre pequenos, médios e grandes “empresários”.
Mas, mais perplexos ainda, perguntaríamos: mas e o povo? Ele, irado, diria: o povo? O povo não tem tempo para isso. Por que?, perguntaríamos. Porque o povo está “preocupado” com coisas mais “sérias”. Perplexo, inquiriria: que coisas? E ele, empolgado, diria: carnaval, futebol e samba. Mas e quanto ao caráter? Ora, diria ele, quanto ao caráter? Eu diria, enfático: sim. E ele, tranquilo, responderia: caráter é coisa de gringo, e aqui já não faz nenhuma diferença.
E, por falar em gringos, olhem o que ocorre na pátria de “Abe” Lincoln, aquele grande presidente dos EEUU, que criou a democracia verdadeira, baseado no refrão de seu famoso discurso em Gettysburg, quando afirmou, em alto e bom som, que “democracia é governo do povo, pelo povo e para o povo”, e não, como no Brasil, onde as elites se mantêm agrupadas, à revelia dos cidadãos, criando o arremedo democrático, em que se inverte o discurso de Lincoln, para “povo do governo, pelo governo e para o governo”.
E o verdadeiro conceito de cidadania, que é o respeito ao direito de cada um, dentro de uma sociedade respeitada por todos, acaba se tornando mais um discurso que somente se tornará objetivo quando a educação, a saúde e a liberdade dos direitos humanos passarem a ser sinônimos daquilo que é a base real da cidadania: o caráter de cada um e de todos que constituem qualquer sociedade que se preza!
Para terminar, enquanto adiamos a construção de nossa democracia, escondida pela ganância coletiva de nossos políticos e falsos empresários, todos atuando criminosamente em causas próprias, presenciamos o evoluir democrático das eleições na terra de Obama, onde as sujeiras são demonstradas a céu aberto, para todo mundo, inclusive com o corajoso Papa Francisco, em visita ao México, declarar, na fronteira com os States, que o louco nazi-fascista Donald Trump não acreditava em Deus e não tinha amor aos seus semelhantes, não merecendo ser eleito! E aqui, no Brasil, nosso Congresso ainda não sabe nada sobre Lula, Dilma, Eduardo Cunha, etc.