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Resgate dos símbolos nacionais: a Copa pode re-unir a nação brasileira

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Às vésperas da Copa do Mundo no Catar, a mudança de Governo no Brasil abre a possibilidade de começarmos a re-unir a nação brasileira em torno de seus símbolos nacionais. Mas, antes disso, precisamos refletir sobre a diferença entre Governo e Estado, que, durante este último Governo, foi mal interpretada. Governo é o síndico de plantão, aquele escolhido pelo povo para governar o país por quatro anos. Já o Estado brasileiro é muito mais que isso, são as instituições permanentes e basilares do nosso povo. Entre os símbolos de Estado estão a bandeira e o hino nacional, o dia de 7 de setembro, a camisa da seleção e suas cores. Estes símbolos pertencem a toda nação, a todos os brasileiros e brasileiras, independente de partido, convicção ou religião.

Muitos de nós sentimos nesses últimos quatro anos uma tristeza grande em ver uma nação literalmente dividida ao meio, como consequência tivemos agora uma votação de praticamente 50% para um lado e 50% para outro lado. Não que isso seja anormal em democracias, faz parte do jogo da maioria que governa temporariamente o país e outra minoria que faz o papel da oposição saudável. No entanto, o aprisionamento de símbolos nacionais pela política não é novo, mas foi usado no passado em países em direção ao autoritarismo.

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A Alemanha, desde o fim do nazismo em 1945, precisou de 69 anos para poder novamente, em 2014, comemorar nas ruas a vitória na Copa do Mundo de Futebol com suas bandeiras e suas cores nacionais sem julgamento e culpa de estarem representando um regime autoritário. Este medo o Brasil nunca teve, mesmo tendo passado por 21 anos de ditadura militar. Éramos acostumados a nos juntar para comemorarmos vitórias, chorar por derrotas e torcer por qualquer “Brazuca” que disputasse uma competição internacional. Mas, infelizmente, nos últimos anos, vimos nossas cores serem capturadas por um lado da política que se julgava os únicos patriotas, os únicos com direito a usar a camisa da seleção de futebol e quem não fizesse isso em nome da política deveria ser banido, ir embora, deixar o Brasil, etc.

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Muitos passamos por situações de ver alguns parentes e amigos em passeatas verde-amarelas para defender um candidato a presidência da república. Alguns de nós nos sentimos inibidos de colocar a camisa da seleção e ir para a rua com medo de sermos carimbados como pertencentes à uma corrente política de extrema-direita. Ainda mais lamentável foi ver nosso dia da Pátria se politizar, perdermos o nosso 7 de setembro para uma linha de pensamento extremista e excludente. Muitos nem foram às ruas com receio de fortalecer a massa de um dos candidatos. Esse Dia da Independência sempre foi um dia de 100% dos cidadãos e cidadãs brasileiros e precisa agora ser reconquistado.

Será necessário integrar todos num só grupo, quem venceu e quem perdeu a eleição. Quem ganhou precisará estender a mão aos que pensam diferente e entender os motivos que levaram os que perderam a se distanciarem tanto na visão de mundo. Quem perdeu a eleição precisará entender e aceitar a democracia e se preparar pacificamente para a próxima eleição, participando do processo de formar uma oposição saudável para nosso sistema político.

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Estamos diante de uma oportunidade única de pacificar o país, reconquistar o direito de todos os brasileiros e brasileiras de usarem os símbolos nacionais sem medo de serem encarados como extrema-direita. Uma Copa do Mundo de Futebol sempre teve este poder de mobilizar a nação brasileira e unir todos em uma só torcida, independente da visão política e religiosa. Vamos precisar de todo mundo para vencer os desafios de um mundo pós pandemia e de gigantes mudanças geopolíticas mundiais. Podemos começar por nos unirmos para conquistar o título no Catar. Vamos nos re-aproximar, torcer juntos e re-construir o Brasil?

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