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A luta das mulheres além do dia 8

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No mês de março, no dia 8, dia internacional da luta das mulheres por respeito, equidade e justiça, contra toda forma de opressão, precisamos reconhecer que seus passos se confundem com as pegadas das primeiras que caminharam desde as savanas da África e que, provavelmente, seguirão até alcançar o horizonte de uma sociedade que supere o patriarcado, isto é, a forma de organização que os homens construíram em seu favor para explorar aquelas que, não deveriam ser apenas suas semelhantes, mas suas iguais em direito e distintas em suas características.

Nessa caminhada que, continua além do dia 8, nós leigas e leigos devemos admitir que a Igreja segue em marcha lenta, quando não em marcha ré! Mesmo sendo Francisco o papa que mais passos deu no sentido de reconhecer as desigualdades entre homens e mulheres e a necessidade de superá-las, poucos foram os gestos concretos para sua efetiva realização dentro ou fora da Igreja.

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Maria, mãe de Jesus, segue sendo a principal referência bíblica para os cristãos, principalmente os católicos, e a presença silenciosa e invisível de tantas outras mulheres torna-se cada vez mais eloquente. De fato, o imperativo obediente de Maria ao anúncio do anjo “Faça-se em mim segundo Sua vontade” é contundente! Mas, precisa ser compreendido pelo que veio a seguir… “farei o que me couber segundo minha determinação!”

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Pois assim foi, do nascimento do Salvador à sua salvaguarda em seu colo, da saída do seu ventre à descida da cruz. Do início ao fim, e depois dele, na organização das primeiras comunidades cristãs, lá estava Maria… e não só ela, tantas outras marias… que ocupadas demais com os trabalhos de um parto não puderam posar para aparecer no presépio, que choraram o massacre dos seus filhos nas mãos de um tirano, que subiram o Gólgota e depois, foram as primeiras a anunciar a Ressurreição!

Quem eram essas mulheres? As mesmas que hoje choram o extermínio de crianças em Gaza, a mortalidade da infância e juventude negra nas periferias e das crianças indígenas nas florestas. “Quem é essa mulher?”, pergunta a composição que homenageia as mães da Praça de Maio e de tantas outras praças, de tantos outros meses, em tantos países onde a tirania, eminentemente patriarcal, se instalou e se instala mundo afora.

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Alguns cristãos, melhor seria chamá-los “velhostestamentistas”, preferem esquecer que Jesus deixou o mandamento “ama o teu próximo como a ti mesmo!” e se afeiçoam de uma visão de um Deus que justifica o domínio do outro. Do contrário, nas palavras de Jesus o outro é o próximo.

Mas, é preciso antes amar a si! E as mulheres sabem que “próxima” é outra mulher com quem podem contar para resistir e lutar. Sororidade é o nome que se deu, mas as desigualdades raciais e sociais são seus maiores obstáculos para que se efetive realmente.

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Já dizia a linda canção que Maria, Maria é dom, é força, é raça, é suor… “mas, é preciso ter sonho sempre porque quem traz na pele essa marca possui a estranha mania de ter fé na vida”! Viva a luta das mulheres!

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