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Um exemplo que existe na invisibilidade

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Os últimos acontecimentos em Juiz de Fora, que levaram o candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) a uma cirurgia de emergência, nos mostram a realidade de quem faz e depende da medicina no Brasil. Num sistema caótico, em que sucessivos governos fingem não enxergar a importância da saúde pública, vemos ainda a bravura e a competência de profissionais médicos que não medem esforços pelo melhor. Bolsonaro foi atendido por uma equipe de plantão na Santa Casa de Misericórdia no último dia 6 de setembro. Não havia planos de saúde por trás do atendimento. O que se sucedeu ali foi uma sequência de muita competência e superação no atendimento do candidato.

Não pensem que isso não ocorre com frequência. Como médico, já presenciei várias dessas circunstâncias com as mais variadas pessoas, que não tiveram a notoriedade que o caso em questão produziu e, portanto, também não foram assuntos difundidos pela mídia. E foi essa medicina de poucos holofotes, simples, como mandam os manuais, segura e dedicada que salvou mais uma vida. Profissionais que nos orgulham pela competência, pela dedicação e pela simplicidade. A qualidade do pós-operatório é marca notória dessa eficiência em um quadro de choque que sabemos que é dramático no atendimento com grande risco.

Os profissionais representam um orgulho para a classe médica, tão desprestigiada, desrespeitada, mal remunerada e aviltada pela classe política. A urgência na assistência se dá sempre de forma emergencial e nem sempre ao alcance dos grandes centros.

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É preciso estar atento a isso. Que esse fato ocorrido em nossa Juiz de Fora chame a atenção de quem governa para que veja a saúde como algo a não ser mensurado de forma mesquinha nos investimentos. Que existe gente do lado de cá que não cede e não se entrega ao caos, que nos enche de orgulho, mas que precisa do reconhecimento de quem governa para seguir fazendo, tão bem, o que sabe realizar. E que, além desse reconhecimento, todos os profissionais que atuam na saúde pública precisam ainda contar com um sistema que vem sendo sucateado, mesmo sendo exemplo para o mundo inteiro, e que, conforme a Constituição de 1988, determina que a assistência à saúde seja um direito de todos e um dever do Estado.

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