Ícone do site Tribuna de Minas

Educação, democracia e êxodo

PUBLICIDADE

Graças à educação, bem como à ciência e à tecnologia que dela decorrem, a civilização humana vive, em termos comparativos, seus melhores dias. Seja pela inédita qualidade de vida, mensurada pelo acesso a serviços e produtos, seja desfrutando de mais saúde e, em tese, maior potencial de atingimento de felicidade do que tínhamos no passado. Durante milênios, a expectativa de vida permaneceu estabilizada em torno de 40 anos. No século XX, ultrapassamos os 70 anos e continuamos, neste século, a avançar significativamente. A busca pela razão, guiada pelo conhecimento, tem assegurado um desenvolvimento acessível a uma parcela cada vez maior da população mundial.

Educação, democracia e êxodo parecem ter marcado um estranho encontro nessa eleição presidencial no Brasil. A polarização política vigente é motivada, principalmente, pela oposição a algo e menos por adesão a determinadas ideias. Ou seja, parcela do eleitorado parece ter mais clareza acerca do que não quer do que o que, de fato, quer. O drama é que, por se firmarem mais no “não” do que no “sim”, são eleitores que parecem igualmente tender a sugerir, quase como chantagem, a possibilidade de, caso não sejam vitoriosos, abandonar o país. Ainda que emigrar seja um direito individual ou coletivo inquestionável, o uso desta chantagem é, definitivamente, pouco educado e, no limite, antidemocrático.

Educação não é somente o alicerce básico da oportunidade de um desenvolvimento econômico, social e ambiental sustentável; ela é também a melhor ferramenta para enfrentarmos momentos complexos e difíceis. Educação política é aprender a conviver com os antagônicos e, especialmente, aprender a respeitar as orientações assumidas via maiorias constituídas. Mesmo quando elas, eventualmente, nos pareçam equivocadas e desprovidas de nexo. É hora de lembrarmos que, ao lado de seus defeitos e seus limites, a democracia permite, usando seus próprios mecanismos, se corrigir ao longo do tempo.

PUBLICIDADE

Acima das peculiaridades de breves momentos históricos, por mais relevantes que eles sejam, há a saga de um país que não pode jamais se deixar vencer. Os fatos serão alimentos para uma educação social consistente de uma nação que permanentemente aprende, de forma solidária e cooperativa.

Este espaço é livre para a circulação de ideias e a Tribuna respeita a pluralidade de opiniões. Os artigos para essa seção serão recebidos por e-mail (leitores@tribunademinas.com.br) e devem ter, no máximo, 35 linhas (de 70 caracteres) com identificação do autor e telefone de contato. O envio da foto é facultativo e pode ser feito pelo mesmo endereço de e-mail.

Sair da versão mobile