Em 5 de outubro próximo, vamos escolher nossos representantes políticos nos poderes Executivo e Legislativo, uma grave responsabilidade, pois nosso voto tem consequências para a vida do povo brasileiro nos próximos quatro anos.
O voto, conquistado, é também um dever do cidadão, ainda mais para os cristãos. “Envolver-se na política é uma obrigação de todo cristão”, afirma o Papa Francisco. Antes dele, Paulo VI escreveu: “A política é uma forma sublime do exercício da caridade”. Os bispos latino-americanos, no Documento de Puebla afirmam: “A Igreja valoriza a política e a tem em alta estima porque o cristianismo deve evangelizar a totalidade da existência humana, inclusive a política” (n° 513). As eleições são um momento importante para o exercício da cidadania, momento significativo para os cristãos explicitarem seu compromisso de fé e esperança, seu empenho na construção de uma sociedade mais justa e fraterna. O apóstolo Tiago escrevia: “Meu irmão, que adianta alguém dizer que tem fé quando não a põe em prática?” (2,1-4).
Somos todos convencidos das necessidades urgentes de mudança na condução da política no nosso país e, por consequência da necessidade de escolher candidatos honestos, comprometidos com a justiça social, com a defesa do meio ambiente, com os direitos humanos – civis, políticos, sociais e pautados pela defesa obstinada dos valores éticos, pelo combate à corrupção e à violência. Isso exige um voto consciente e livre e que seja preparado.
A Igreja do Brasil, através da Conferência dos Bispos, a CNBB, ofereceu quatro subsídios nesta finalidade: um texto “Projeto Brasil”, com o objetivo de refletir a situação atual e abrir horizonte para melhorar nosso país, projetando-o para frente com esperança; dois vídeos “Eleições 2014” e uma cartilha “Seu voto tem consequência” para reflexões em grupos nas paróquias e comunidades; e um debate com os candidatos à Presidência, na terça-feira próxima, dia 16, às 21h30, transmitido pela TV Aparecida e rádios católicas, uma boa oportunidade de conhecê-los melhor.
Nossa participação vai além das urnas, se prolonga no acompanhamento do trabalho dos eleitos, pois nosso horizonte visa à construção de uma sociedade mais justa e igualitária com respeito às diversidades, horizonte de um novo Estado e uma nova sociedade. Neste objetivo e para conseguir as necessárias transformações, exigem-se ações coletivas, reflexões em grupo sobre a realidade e definição de ações coletivas para promover mudanças na vida política.
Concluindo com uma exortação do Concílio Vaticano II: “que todos os cristãos tenham consciência da sua vocação especial e própria na comunidade política, por ela são obrigados a dar exemplo de sentida responsabilidade pelo bem comum…” (Gaudium e Spes m. 75).