As notícias saltam aos olhos espantando o coração que, à leitura de cada linha, dispara de emoções contraditórias e sensação de aborrecimento. Não nos referimos aos insistentes escândalos que se multiplicam na rotina nacional; referimo-nos ao pior dos erros políticos administrativos, o descaso. Em todos os níveis, observamos o abandono, este que nivela no mais baixo da escala social a grande parte de uma cidade ou de toda uma nação. Nada ou quase nada importa além da permanência no poder. Criaram uma “crise” e agora nos impedem de quase tudo, trazendo suas irresponsabilidades para dentro dos lares com aumentos brutais e sumiço de alguns benefícios até então existentes. E o descaso sufoca a sociedade no crescimento da inflação, da criminalidade e da inoperância política.
A revolta ocupa as conversas, opiniões serenas chocam-se com as descabidas, criando conflitos e promovendo mais violência. Nestes momentos de grandes aflições, todo cuidado é pouco para aquele que busca a paz interior e o equilíbrio espiritual que o permitam viver mais serenamente possível.
Se o assunto ao redor exige nossa participação, mesmo que incômoda, façamos de maneira prudente sem beatitude moralista ou de posição preestabelecida. Pensemos, então, como se partícipes fôssemos do caso em questão, antes de nos assanharmos como censores ou falastrões da moral e dos bons costumes, no dizer antigamente.
Quando no convívio social formos levados a tecer julgamentos e opinar de maneira clara, que o façamos sem temor, contudo sem nos esquecer da nossa filiação Divina e de que nossas ações geram consequências para nós e para todos que convivem ao nosso redor. Por isso, é necessário relembrar sempre as palavras do Mestre Jesus, quando submetido ao martírio extremo: “Perdoai-lhes, Pai, não sabem o que fazem”. Guardando as devidas proporções com o Cristo, devemos nos posicionar de maneira clara sempre. Se julgamos, usemos a sobriedade e a compaixão em nossos processos sociais e familiares, de modo a fortalecer os laços pacíficos que devem nos unir, tendo todo o cuidado para não semear a mágoa ou alimentar a injustiça.
Aguardar a justiça do tempo, semeando a paz, espantando o aborrecimento constrangedor, ajudando e seguindo mais adiante. Por pior que o momento pareça, lembremos sempre: Deus é nosso Pai, e o Cristo, nosso irmão maior, é a bússola a guiar nossos pensamentos e ações, tendo Ele como nosso caminho, nossa verdade e nossa vida.