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Meio ambiente

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Já discuti em outros artigos as experiências “verdes” bem-sucedidas da Suécia e da Alemanha. A primeira nação destacou-se por reciclar 99% do seu lixo urbano, e até tendo que importar lixo para alimentar suas 32 plantas de incineração que geram muita energia para sua população. Lembrando que três toneladas de lixo produzem a mesma energia que uma tonelada de petróleo. E a Alemanha está promovendo uma transição energética para o renovável, notadamente a solar, e faz isso desde os anos de 1970, com grande sucesso econômico.

E por que a energia solar faz tanto sucesso nos países que têm pouca luz solar? E por que tanta gente resolveu investir nisso, sendo que as planilhas mostram que ainda é uma tecnologia cara? Quem instala energia solar na própria casa é um liberal de classe média alta? É o que pensam muitos políticos americanos e brasileiros, mas um estudo mostra que isso não é verdadeiro.

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Um estudo publicado por dois pesquisadores da Universidade de Yale e da Universidade de Connecticut revelou que o fator mais importante que influencia na decisão de instalar um equipamento solar é se outras casas na vizinhança fizeram isso. Além disso, muita gente acha que os moradores de grandes áreas urbanas estariam mais propensos a instalar coletores solares, o que também não é verdade. Os pesquisadores também encontraram coletores solares em casas ricas e pobres. E a filiação política também não influencia a decisão de possuir a energia solar.

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Essas descobertas abrem uma grande oportunidade. Acredito que o Ministério do Meio Ambiente deveria liderar um grande e massivo investimento nas casas dos cidadãos e nas empresas, pela instalação de geradores de energia solar fotovoltaica e térmica (o que resolveria os enormes gastos dos chuveiros elétricos) e eólica. Investimento na forma de empréstimos e isenção de impostos.

Além disso, Ribeirão Preto e Guatapará nos dão exemplo de produção de biogás de lixo e biogás de esgoto, e que deve ser imitado pelo Governo, contratando usinas para suprir e complementar a energia durante a ausência do sol ou de ventos. Isso fará realmente reduzir a necessidade de energia hidroelétrica ou termelétrica.

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Lembremos ainda o exemplo da Califórnia, que paga metade dos equipamentos, exigindo apenas que os painéis sejam apontados para o Oeste de modo a fornecer mais energia no final da tarde, período de pico de consumo.

O ministério poderia coordenar bancos estatais, em municípios com potencial solar ou eólico, treinando e certificando técnicos para a instalação dos equipamentos. Acredito que o objetivo deve começar pequeno e crescer, como de 500 equipamentos (de 1 kW ou mil de 500W) por mês, ou dois milhões e meio de reais. Isso dará um tempo para que a produção nacional possa suprir parte da demanda e crescer junto com os investimentos.

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Fiz essa simulação na planilha, financiando em 48 meses, lembrando que, no mês seguinte ao empréstimo, 48 avos retornam ao banco para financiar novos equipamentos. No centésimo mês, serão 12 bilhões de reais alocados no projeto, 11 milhões de imóveis atendidos com o kit gerador, cerca de um quinto do potencial de clientes, e quase 6 GW pico instalados. Sem alocar mais nenhum centavo, em 20 anos, serão instalados mais de 100 GW pico. Se vários países fazem, por que não nós?

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