Às vésperas de completar 80 anos de funcionamento ininterrupto, a Faculdade de Direito da UFJF obteve merecido destaque na avaliação oficial do Ministério da Educação, aparecendo em terceiro lugar no ranking nacional e conquistando a primeira posição no estado. O feito há de ser motivo de júbilo para Juiz de Fora, honrando as tradições culturais da Atenas mineira e mostrando o papel que tem a universidade federal no seu desenvolvimento. Todos os louvores se devem aos jovens professores que são, hoje, responsáveis pelo curso. E o justo reconhecimento há de ser tributado àqueles que, ao longo de quase 80 anos, construíram a história da faculdade.
O ensino jurídico na cidade remonta ao ano de 1912, quando surgiu a Faculdade de Direito do Granbery, e Sílvio Romero, então aqui residente, deu a aula inaugural do curso. No ano seguinte, sob a direção de Antônio Augusto Teixeira, criava-se outra faculdade, que viria a ser a semente da que hoje integra a UFJF. Mas circunstâncias da época impediram que esses cursos fossem adiante. Só em 1934 o segundo curso de direito recomeçava, vindo a ser reconhecido em 1942. Sucedendo ao professor João Luís Alves Valadão, assumiu a direção da faculdade o professor Benjamin Colucci, que se tornaria seu grande benemérito. Sob sua administração e graças aos esforços ingentes dos que, então, formavam o corpo docente, a faculdade, depois de 15 anos de funcionamento em dependências do Granbery, tendo este instituto como entidade mantenedora, instalou-se, no ano de 1954, em prédio próprio, na Rua Santo Antônio, onde, agora, se acha o Forum da Cultura.
Ali permaneceu até agosto de 1971, quando se transferiu para o campus universitário. No período em que tinha por sede o velho casarão de linhas clássicas, tão digno das origens dos cursos jurídicos, os antigos professores fundadores chegaram ao apogeu de suas carreiras, e uma nova geração de docentes surgiu. Foram estes – fomos estes, permitam-me dizê-lo, relembrando os tempos em que, ali, lecionei – que formaram (ou formamos) o elo de transição entre os nossos pioneiros e os jovens e competentes professores que acabam de projetá-la no cenário nacional.
Houve tempo em que existia certo preconceito contra os cursos universitários do interior. Dir-se-ia que predominava, então, um conceito topográfico na avaliação dos cursos. Presentemente, soa como ridícula tal atitude. Ser formado pela Faculdade de Direito da UFJF é motivo de orgulho, e este sentimento deve ser compartilhado por todos os que frequentaram a Casa de Benjamin Colucci.