Ao longo de nossa caminhada entre o berço e o túmulo, somos de certa maneira preparados, dentro dos melhores princípios da educação, para atingir o sucesso rápido e seguro, ou seja, ser respeitado pelo volume de conquistas materiais e bens pessoais.
Segue a vida em seu carrossel de espelhos, luzes hipnóticas e muita música festiva. Girando e girando, o homem não vê o tempo passar. E o gira-gira é interrompido pelas agruras naturais de qualquer existência. Aí vem o desespero, e o homem, erguendo o olhar para o céu repleto de nuvens e vazio de emoções, pergunta: Por que comigo? Por que Deus me abandonou?
Sabemos que é devida, é justa e certa a preparação de nossa vida pessoal para as vitórias honradas e dignas que o mundo e a civilização nos permitem. Neste sentido, Allan Kardec concita a instrução como forma de progresso, mas que também é necessário desenvolver o amor. Esta emoção é que nos une uns aos outros, fazendo compreender a fraqueza íntima e pessoal tanto quanto as dificuldades alheias. Este é o amor ensinado pelo Cristo quando Ele diz para amar o semelhante.
Somente exercitando o amor ao próximo podemos amar Deus, pois sem Ele não temos forças para vencer as tormentas.
Em outras palavras, nos dias difíceis, precisamos ter condições de equilíbrio emocional para que Deus nos ajude.
O amor do Pai vela por nós em todas as circunstâncias, mas não é um amor tirano, que exige algo em troca ou cria complexos e culpas, é o amor que liberta dos medos, pois instrui através da fé. Voltando a Kardec: “só é inabalável a fé que pode enfrentar a razão face a face em todas as épocas da humanidade”. A fé e o amor nos permitem aprender através das experiências vividas.
Em toda luta existencial, para que se consagre a vitória do bem, é imprescindível dar ensejo para que Deus nos ajude, falar com Deus, abrir o coração e apresentar-se como filho que busca o ombro do pai na proteção doméstica.
Quando se limita a oração aos momentos de dor e penúria, fica-se em meio à turba sem identidade e regida pelo instinto. Quando se ora com o fervor da fé, na certeza do amparo que visa ao equilíbrio e à força para enfrentar todos os momentos, inclusive os de dor, nos reconhecemos filhos de Deus. De braços estendidos, coração aberto e olhos luminosos, rogamos: Pai! Seja feita a vossa vontade.