Quando uma inovação é incorporada ao mundo do trabalho, três movimentos devem ser observados: o ganho de produtividade, o grau da inovação e sua curva de maturidade. A produtividade é a relação entre a quantidade de produtos gerados e a quantidade de recursos consumidos. Já o grau da inovação determina a intensidade da mudança do processo ou negócio: incremental ou disruptivo. O incremental não altera a sua estrutura, apenas melhora. Agora, o disruptivo promove uma mudança estrutural que multiplica sua produção. Por fim, a curva de maturidade da inovação determina quanto o total do potencial de ganho de produtividade já foi alcançado e quanto ainda pode alcançar.
Um bom exemplo para ilustrar esses conceitos é o impacto de uma inovação nos processos e negócios de atendimento ao cliente. Um atendente é capaz de interagir com uma quantidade limitada de clientes. Ao equipá-lo com um fone de ouvido e um discador automático, temos um aumento na capacidade de atendimento. O processo segue o mesmo. Logo, essas novas tecnologias geraram um ganho de produtividade adicional e que, para alcançar a curva de maturidade plena, é necessário que o atendente desenvolva o pleno domínio do uso dos novos recursos.
Nesse caso, a Inteligência Artificial pode ser aplicada para emular a voz humana e gerar respostas consistentes para questionamentos a partir de uma base de conhecimento. Assim, substituímos o atendente com suas limitações por um agente virtual sem essas restrições humanas. Dessa forma, temos uma inovação disruptiva porque muda estruturalmente o processo, o que é capaz de alcançar a curva de maturidade plena mais rápido com a aprendizagem de máquina.
Em ambos os casos, o impacto da IA, ou de qualquer inovação, será na cadeia de postos de trabalho em duas dimensões: na quantidade e na qualificação dos profissionais. O que as diferenciam serão sobre a intensidade e a adaptação.
Há uma redução dos antigos postos e a busca por outros tipos de profissionais. Esta redução de postos descortina as fragilidades da nossa educação na medida em as pessoas que não foram preparadas para reaprender tornam-se um custo social. As consequências da não adaptação às mudanças do mundo do trabalho são arcadas por todos. Portanto, reduzir esse custo social passa necessariamente por uma educação profissional inovadora, já!
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