Cada um de nós, seres humanos que transitamos temporariamente na superfície do Planeta Terra, é um espírito em evolução. Um filho de Deus na divina jornada existencial peregrinando por vidas a fio até este ponto, o presente, em que se apresenta aos semelhantes na sua rotina diária de vida. Somos o resumo do passado, de toda sorte de experiências e conhecimentos adquiridos. Cada qual com sua ideia sobre amor, felicidade, amizade, cólera, calma, raiva, nervosismo ou paciência. Pensamos em tudo quase ao mesmo tempo. O que de fato acabamos por não entender quase nada com a devida responsabilidade.
Podemos dizer que, fora do mundo acadêmico, aprendemos mais por ouvir falar que por um estudo mais apurado. E o mais interessante é que, sem o aprendizado preciso, nada aprendemos. E certamente por isso erramos tanto em nossas escolhas e ações.
Vivemos dias atribulados, com os ânimos à flor da pele, o que é um perigo, pois tendemos a respostas instintivas, consequentemente, a novos erros, como ocorreu em pleno Centro de nossa cidade. Partidários políticos de ideologias opostas se chocaram aos empurrões e gritos de ofensas. Como guerreiros medievais primitivos, confrontando pensamentos com a força de um símio, quando, há mais de dois mil anos, Jesus exemplificou a paciência. O Cristo ensinou a ter paciência incessante em todas as dores e em todas as circunstâncias, de modo que possamos transpor com segurança as dificuldades naturais da evolução, construindo a nobreza de caráter sem a qual nada somos.
O cultivo da paciência não quer dizer que devamos acalentar as nossas fraquezas ou aplaudir as próprias faltas, muito menos será a paciência o ato fingido de sorrir para as maldades humanas ou corroborar com atividades indignas, sob qualquer pretexto ou explicação. Não podemos concordar com os males do caminho da vida terrena, com a justificativa de ser necessária a virtude da paciência, pois isso seria um verdadeiro absurdo. Somos filhos de Deus, justo, amoroso e bom. Nascemos para concluir a obra iniciada tempos atrás e reencarnamos tantas vezes quantas necessárias para a conclusão das etapas e a correção das falhas cometidas.
Ter paciência é esquecer as falhas dos companheiros de caminhada, entendendo que cada um tem seu próprio ritmo de aprendizado. É resistir aos maus impulsos que nos cerquem na estrada dos interesses pessoais. Ter paciência é aprender a combater o mal com o bem e perdoar sempre, como desejamos ser perdoados.
Jesus foi o modelo maior de paciência suprema. Amou-nos, mesmo com toda nossa inferioridade moral. Valeu-se de nossas incontáveis fraquezas para indicar o caminho da harmonia e do progresso. Não aplaudiu nossas misérias, não sorriu, muito menos fingiu não ver os nossos erros, mas nos amparou a todos indistintamente ao tamanho das falhas.
Pacientemente, seguindo as pegadas do Mestre de Nazaré, resistiremos aos males do mundo, aprendendo a entender que aqueles que vemos como diferentes são nossos irmãos, filhos do mesmo Pai, caminhando em pontos e trechos distintos do nosso, porém na mesma estrada evolutiva da vida indicada pelo Cristo de Deus.
Esse espaço é para a livre circulação de ideias e a Tribuna respeita a pluralidade de opiniões. Os artigos para essa seção serão recebidos por e-mail (leitores@tribunademinas.com.br) e devem ter, no máximo, 35 linhas (de 70 caracteres) com identificação do autor e telefone de contato. O envio da foto é facultativo e pode ser feito pelo mesmo endereço de e-mail.