Importante iniciativa foi tomada pelos nossos deputados estaduais com a criação de uma frente parlamentar em defesa dos interesses da Zona da Mata. Em todo início de mandato, algo parecido acontece. Mas, desta vez, move-me um sentimento de que será um novo começo e de que pode ser tudo diferente agora. Considerando a quantidade e a qualidade da nossa bancada, também percebo uma firme disposição para o debate.
Penso que este é o melhor momento para o assunto. Início de mandato, vontade do novo governador em atender demandas regionais e, sobretudo, pela atual situação da economia brasileira, que forçará medidas emergenciais de sobrevivência tanto dos investimentos que estavam previstos e em curso ou mesmo de novos que poderiam aportar aqui e não vêm por conta da ausência de incentivos.
Sugiro aos nossos deputados que fazem parte desta nova frente em defesa da Zona da Mata para que façam, emergencialmente, um diagnóstico dos investimentos privados em fase de implantação ou que foram programados para os próximos anos na região. Importante tentar, primeiramente, conhecer estes empreendedores e terem garantia de que não haverá interrupção de projetos por conta da recessão (que o Governo diz tratar-se de “contração”) que o país vive, especialmente quando há parcerias do Poder Público. Recordo que anos atrás foi anunciada uma grande siderúrgica para a região de Paula Lima e Chapéu D’Uvas. Grande alvoroço se deu na Zona Norte de JF por conta disso. Contatos, especulações, expectativas… E nunca mais se falou no assunto.
Outro diagnóstico importante seria dos investimentos em obras públicas iniciadas ou anunciadas para a Zona da Mata (escolas, hospitais, Uaps, UPAS, estradas, pontes, viadutos, etc.). Sabe-se que, quando se anuncia ou se licita uma obra pública (ou não), uma cadeia de outros investimentos privados se sucede. Monta-se uma pensão ou um hotel para os trabalhadores que chegam, cria-se um restaurante ou lanchonete para eles nas imediações do canteiro, fretam-se vans ou ônibus para seu transporte, melhoram-se o mercado e lojas próximas, empresas de segurança e conservação também investem. Enfim, a iniciativa privada também gasta, apostando nas melhorias e nos novos consumidores anunciados. De repente, a obra para ou nem vem mais. E como fica quem acreditou e apostou recursos e tempo nesses projetos?
Medida importante também seria uma moção de repúdio à medida provisória (que agora será projeto de lei) que propõe um ajuste fiscal anulando os efeitos da desoneração de empresas criadas pelo Governo federal no ano passado. É preciso conhecer que impacto esta medida causará nos projetos em curso ou previstos para a Zona da Mata.
A recessão (o Governo diz que é “contração”) que o país vive nos obriga hoje a ter primeiro a certeza de que o que já está iniciado ou anunciado irá até o fim. Já será uma grande bênção! E completando com a canção de Ivan Lins que deu título a este artigo: “Vai valer a pena ter amanhecido”.