No dia 25 de outubro, o Banco Central baixou a Selic para 7,5% ao ano, e, provavelmente, no meio de dezembro, trará a taxa básica para 7%, enquanto a inflação fechará 2017 abaixo de 3%.
Para os padrões brasileiros, pode-se dizer que foi um feito extraordinário trazer a Selic de 14,25 para 7%. Essa considerável redução não pode ser desprezada, porém, para os padrões de sociedade civilizada, 4% ou mais de juros reais ainda é um índice muito alto (4% refere-se à diferença entre a Selic de 7% e a inflação de 3% ou menos).
Todavia, se queremos o Brasil com taxas de juros civilizadas, não podemos compactuar com as taxas efetivas cobradas pelos bancos, sendo de mais de 20% ao ano para as empresas e de mais de 32% para as pessoas, isso nos casos mais favoráveis, como os empréstimos consignados, chegando a números exorbitantes de mais de 9% ao mês nos cartões de crédito e cheques especiais para pessoas físicas. Essas taxas representam uma tremenda concentração de renda.
Para mudarmos essas absurdas distorções, é preciso haver, em primeiro lugar, muita consciência para consumir antecipadamente, e não aceitar esses juros abusivos. O consumo é uma mola importante, que faz girar a economia, mas é fundamental que seja responsável para contribuir para um melhor equilíbrio dos custos financeiros. É preciso ter muita atenção aos juros efetivamente cobrados quando assumimos uma compra parcelada.
Um outro ponto importante foi a aprovação, pelo Congresso, da taxa de longo prazo, a TLP, para os financiamentos do BNDES, que representará uma redução significativa nos subsídios embutidos nos financiamentos deste banco de fomento, podendo trazer, a médio prazo, uma aproximação maior com as taxas de mercado cobradas nos financiamentos de um modo geral.
Quando se pagam menos juros na compra financiada, sobra um pouco de dinheiro, que pode ser usado para aplicar ou consumir mais, o que equivale a um aumento de renda e permite à economia a entrada em um ciclo virtuoso de crescimento onde todos ganham.
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