Ícone do site Tribuna de Minas

Reflexos da falta de empregos

tribuna.livre
PUBLICIDADE

Quando o professor e economista Paulo Haddad fala em um de seus artigos que o desemprego da mão de obra entre a população produz enormes estragos para a economia familiar, ele tem razão. Ele citou em um artigo uma pesquisa realizada nos Estados Unidos, pelo jornal “The New York Times”, durante a recessão de 2008, que mostrou, sem surpresas, que mais da metade de um milhão de desempregados teve grandes problemas de saúde e traumas psicológicos, resultantes da perda de emprego e da consequente desorganização do cotidiano da vida familiar.

Nem precisamos realizar esta pesquisa no Brasil. Fica claro que qualquer pessoa sem emprego ou sem meios de continuar a sustentar sua família por não possuir mais recursos para tal fica desorientada, e os jornais até já noticiaram em suas manchetes vários casos de suicídios por causa desse problema. Qualquer um que perde seus meios de se sustentar ou sustentar suas famílias fica totalmente sem orientação. Por essas razões, esses casos se tornaram um dos motivos de pessoas darem um final em suas vidas em momentos de desespero.

Uma das piores causas, e motivos, das crises, em qualquer país do mundo, é a elevação das taxas de desemprego da mão de obra, principalmente em países como o Brasil, em que são precárias as estruturas de proteção social e de saúde pública. E não poderia ser diferente. Mesmo que os futuros ocupantes da cadeira de presidente do Brasil queiram justificar o injustificável, o Governo não consegue, com seus precários sistemas de saúde pública, falar para a população que o problema de saúde será resolvido. Pelas experiências passadas, podemos ver e acreditar que, se o Brasil continuar a gastar onde não deve, milhões de brasileiros continuarão sem emprego e, por consequência, continuarão a não ter recursos para pagar um sistema de saúde complementar que, mesmo com suas falhas, ainda consegue atender a uma boa parcela da população.

PUBLICIDADE

Com novas roupagens, o Governo tenta falar para a população que seu programa de saúde vai ser implementado e, em estilo de comunicação social, dizer que “desta vez será diferente”. Precisaria eliminar, por exemplo, vários ministérios que não servem para nada e voltar os recursos assim poupados totalmente para a diminuição dos problemas de saúde da população. Aumentar a carga tributária vai afetar, principalmente, os orçamentos das classes de média ou baixa renda. A redução dos gastos com a quantidade e a qualidade dos serviços públicos tradicionais prejudica o bem-estar sustentável dos mais pobres, os que mais deles necessitam. Qualquer sobrecarga de natureza recessiva prejudicará e causará mal-estar justamente em um momento em que a economia brasileira está num ambiente pífio. O crescimento e o desenvolvimento da economia não podem ser unicamente um subproduto de um agente qualquer.

Com o quadro de total incerteza que os futuros candidatos a presidente estão demonstrando na prática, fica difícil fazer previsões só tentando combater a corrupção sistêmica brasileira. Os postulantes à Presidência da República não possuem, na realidade, plano de governo possível e factível em face da conjuntura atual real da economia brasileira. Mais de três anos de recessão e baixo crescimento não animam qualquer eleitor a acreditar nesse ou naquele candidato. Apostar no futuro e nas incertezas fará qualquer empresário deixar de investir para verificar o que acontecerá. Até os consumidores estão também deixando de fazer suas compras para ver o que será o Brasil no futuro.

Sair da versão mobile