A missa do dia 5 de fevereiro, na Catedral Metropolitana, foi, para a Arquidiocese de Juiz de Fora, um momento histórico. A partir dela, demos os primeiros passos rumo ao Centenário Diocesano de nossa Igreja Particular.
Depois de ter caminhado dois anos preparatórios, o primeiro sob a égide de São José, em sintonia com o Ano Josefino instituído pelo amado Papa Francisco, em 2021; seguindo-se o segundo ano guiados pelo olhar amoroso de nosso querido padroeiro arquidiocesano, Santo Antônio, iniciamos o Ano Mariano Arquidiocesano, unindo suas atividades àquelas do Ano Vocacional instituído pela CNBB pela terceira vez. Unindo nosso lema – “Com Maria, Mãe da Igreja, rumo ao Centenário Diocesano” – e o do Ano Vocacional – “Corações ardentes, pés a caminho”, inspirado no episódio dos discípulos de Emaús (cf. Lucas 24,13-35) -, o mote que nos guiará pelos próximos meses será: “Com Maria, Mãe da Igreja, corações ardentes, pés a caminho, rumo ao centenário diocesano”.
Naquele dia, entronizamos, na Catedral, o Ícone de Maria, Mãe da Igreja, instituída como Padroeira da Província Eclesiástica de Juiz de Fora pela autoridade do Papa Francisco, através do Dicastério para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos, no último dia 24 de janeiro, Festa de São Francisco de Sales.
Também nos alegrou e emocionou a introdução das Relíquias da Beata Isabel Cristina, Virgem e Mártir de nossas Igrejas de Mariana e Juiz de Fora. É providencial que esse ato sagrado da sua beatificação tenha acontecido naquela ocasião jubilar, para que sua devoção se propague entre nós, e se torne ela protetora de nossa Pastoral Universitária e inspiradora de nossa Pastoral Juvenil. Rezemos pela sua canonização e colhamos testemunhas de graças e milagres por sua intercessão, a fim de que se apresse a sua canonização.
Tivemos a gratíssima satisfação de ter em nosso meio a presença honrosa de nosso núncio apostólico, dom Giambattista Diquattro, representante pontifício em nossa pátria, sinal da proximidade do amado Papa Francisco com a Igreja que peregrina em nosso Brasil, e, nessa ocasião, particularmente, com a igreja juiz-forana. Essa visita nos alegrou sobremaneira e nos fortaleceu na fé, motivando-nos na evangelização e nos impulsionando na construção de uma igreja cada vez mais unida, em autêntico espírito sinodal, em plena sintonia com os conceitos eclesiológicos do Concílio Vaticano II. Um dos documentos conciliares, a Lumen Gentium, nos ensina o valor das igrejas locais, até mesmo a centralidade delas, mas ressaltando sua comunhão plena com o Sucessor de Pedro.
Nesse sentido, vemos que não estão superados os históricos termos Ubi Petrus, ibi Ecclesia, ubi ecclesia, ibi Christus (“Onde está Pedro está a Igreja, onde está a Igreja está Cristo”). De fato, o desejo do Divino Mestre, ao indicar a Pedro em seu último e amoroso diálogo, ao lado do Lago de Genesaré, “Pasce Oves Meas, pasce agnos meos” (“Apascenta os meus cordeiros, apascenta as minhas ovelhas” – Jo 21,17), nos dá a certeza de que a Igreja será vitoriosa, diante das tempestades de qualquer tempo, se agir sempre em união amorosa com o Bispo de Roma. A representação pontifícia, portanto, é a forma mais robusta de possibilitar essa união eclesial desejada por Cristo, estabelecendo a união de todas as igrejas particulares, sob a coordenação do ministério petrino.
Eis a razão pela qual tivemos a grande alegria de oferecer os préstimos de nosso estimado Monsenhor Eduardo de Almeida Rocha, para servir ao Santo Padre ao lado de Sua Excelência e sob a sua autoridade. A presença dele junto da Nunciatura Apostólica enriquece nosso coração eclesial e honra a nossa Igreja Particular, superando a falta que possa fazer em nossa vida pastoral arquidiocesana. Estou convencido de que o que se oferece à igreja se oferece a Deus, e o que se oferece a Deus nunca vem em nosso prejuízo, mas, pelo contrário, se traduz em múltiplos ganhos espirituais, místicos, pastorais e eclesiais. Aproveito a ocasião para também agradecer ao caro Monsenhor Eduardo sua disponibilidade e bom espírito eclesial ao ter aceitado, desprendidamente, nosso convite para essa missão.
Tendo sido lançado, no dia 4 de fevereiro, o Documento Sinodal Arquidiocesano, teremos, a partir de agora, pistas iluminadoras para a nossa vida pastoral dos próximos anos, para que a nossa Igreja centenária seja cada vez mais viva, mais rejuvenescida, mais ardorosa, mais autêntica, conquistando para Cristo novas vocações presbiterais, diaconais e laicais, na construção do Reino de Deus entre nós.