A Tribuna de Minas noticiou esta semana que, após duas ondas de calor, Juiz de Fora passou por um dos novembros mais secos da história, registrando chuva 64% abaixo do esperado. E, quando ela finalmente chegou, veio com tanta força que gerou estragos.
Todos nós percebemos em nosso cotidiano os efeitos das mudanças climáticas e como eles têm se intensificado nos últimos anos, e não há, no horizonte, expectativa de melhora. Como diz um meme de internet, “aproveite o próximo verão, porque ele será o mais frio dos próximos anos”.
Já foram várias, mas pouco efetivas, as tentativas de os países buscarem soluções para esse grande problema que afeta toda a humanidade, em grande parte responsável pelo agravamento do que seria, segundo alguns especialistas, um ciclo do próprio planeta. Maior empenho têm os vários movimentos sociais que cobram atitudes mais resolutivas e insubmissas aos interesses das grandes corporações e economias mundiais.
Reunida em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, a 28ª Conferência da Partes (COP 28), órgão das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima, coloca em discussão os impasses a respeito das metas de redução de emissão de gases do efeito estufa e das políticas de compensação aos países mais pobres e atingidos pelas mudanças climáticas.
Seria a primeira vez em que o chefe da Igreja Católica participaria da cúpula do clima da ONU desde sua criação, em 1995, mas não pôde estar por recomendação médica, devido a uma forte crise de bronquite.
Mas Papa Francisco enviou uma carta ao presidente Lula, em que afirma que continua “grato por sua disposição de discutir o futuro de nossa casa comum e os meios mais eficazes de responder aos desafios urgentes enfrentados por nossa família humana”. E pediu aos participantes da COP28 que pensem no “bem comum”, mais do que “nos interesses contingentes de algum país ou empresa” e que “possam, assim, mostrar a nobreza da política, e não a sua vergonha”.
Assim como o Santo que resolveu honrar com a escolha de seu nome de Pontífice, Francisco se preocupa tanto com a Casa Comum quanto com as pessoas comuns que a habitam. Ele afirma que “tornou-se cada vez mais evidente que nosso compromisso atual com a salvaguarda da criação, dom de Deus, deve ser parte de um esforço mais amplo para promover a ecologia integral, que respeita a dignidade e o valor de cada pessoa humana e reconhece os efeitos trágicos da degradação ambiental sobre a vida dos pobres. Em uma palavra, precisamos reconhecer que a crise ambiental e a crise social de nosso tempo não são duas crises separadas, mas uma única crise”.
Para o Santo Padre, os países precisam se comprometer com a “a criação de novos modelos econômicos voltados para o futuro. Mas também requer determinação para superar a cultura do descartável, a cultura do desperdício, gerada pelo consumismo e pela indiferença globalizada, que inibe os esforços para enfrentar estes problemas humanos e sociais da perspectiva do bem comum”.
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