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Medicina Hoje

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A saúde hoje está cheia de protocolos e check-list e sistemas e drives e programas e uma infinidade de coisas que afasta e muito o profissional de saúde do seu principal objetivo de trabalho: o paciente. Paciente, doente, necessitado que procura o profissional de saúde para ter um alívio, um alento ou até mesmo um abraço. Por que não um abraço? Há pacientes que procuram apoio, procuram um ombro, procuram amparo. E onde está tudo isso hoje?

Onde anda aquela máxima que dizia: “Curar algumas vezes, aliviar quase sempre, consolar sempre”?

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Há especializações e superespecializacões que afastam cada vez mais o médico do seu paciente. E quanto mais superespecializado, mais superpoderoso, mais “Deus”. O médico antigamente era considerado um deus pela população leiga e se considerava também um ser divino. A divindade foi acabando, diminuindo quando os mesmos profissionais foram sendo acometidos de doenças, principalmente infecciosas, e morrendo como qualquer ser humano. Esses médicos antigos estavam mais perto da divindade pelo trabalho honesto e competente que faziam.

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O que é importante hoje? Manter um corpo vivo a custa de aparelhos e drogas para aumentar a longevidade e aumentar o sofrimento do doente e da família inteira? É importante fazer uma série de exames caros que não irão ajudar em nada o paciente que não poderá se beneficiar desses resultados? É importante gastar com mil aparelhos e medicações que não irão resolver o problema do paciente? O que é importante? Talvez aquele abraço que eu falei acima. Talvez a atenção e escutar o que essa pessoa tem a dizer. Talvez só atenção.

Vamos todos morrer! Graças a Deus! Um dia essa energia, essas células e tecidos que compõem o nosso corpo vão acabar, parar de funcionar e “voltar à terra”. Mas até lá, precisamos de carinho, atenção, cuidados e não protocolos que não se enquadram naquele ser que precisa de nós.
Temos que dar atenção, carinho e afeto ao nosso paciente. Paciente! Desde que se começou a chamar o nosso doente de “cliente” a distância aumentou e a relação médico-paciente foi jogada no lixo.

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Precisamos de mais amor à profissão, amor ao ser humano que precisa de nós, amor, simplesmente amor.

Não sei onde vamos chegar, mas espero que consigamos entender essa necessidade de sermos mais humanos para tratar humanos.

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Sempre digo que para ser um profissional de saúde é fundamental gostar de gente. Será que isso está mesmo acontecendo?

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