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Ainda Murílio Hingel… um preito de gratidão

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Antes de chegar ao topo da educação como ministro, Murílio de Avelar Hingel foi secretário de Estado e secretário Municipal de Educação nos governos do prefeito, presidente e governador Itamar Franco. A justa homenagem prestada pelos reitores nos leva a uma retrospectiva da atuação do prof. Murílio como secretário Municipal de Educação em Juiz de Fora, no sentido de resgatar a atividade desse educador no seu inigualável trabalho pró-educação municipal, quando, com afinco e dedicação, se envolveu com a grande causa da Campanha Nacional de Educandários Gratuitos – CNEG, fazendo, assim, jus a uma homenagem como um preito de gratidão.

CNEG foi um movimento que teve lugar na década de 1950, como atividade de voluntariado, tendo como objetivo a oferta do ensino secundário para atender a população carente nas diferentes localidades brasileiras. A entidade foi originalmente denominada de Campanha do Ginasiano Pobre. Posteriormente, passou a ser a Campanha dos Educandários Gratuitos – CEG; depois, Campanha Nacional de Educandários Gratuitos – CNEG, e atualmente é a Campanha Nacional de Escolas da Comunidade – CNEC.

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Durante a administração do então prefeito Itamar Franco, a CNEC foi implantada em Juiz de Fora com objetivos específicos de oferecer à comunidade uma educação de qualidade, uma abertura de vagas para atendimento à grande demanda, e, principalmente, permitir o acesso à educação de uma grande parcela de jovens impedida de dar continuidade aos seus estudos devido ao elevado custo do ensino secundário da época (ginasial, científico/normal/contabilidade).

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Tendo em sua equipe o prof. Murílio como secretário de Educação, o prefeito Itamar Franco abraçou com toda força e uma dedicação incomum nos homens públicos de hoje a causa da CNEC. Da mesma forma, o então secretário de Educação se envolveu com todo o empenho, abraçando o projeto CNEG, hoje CNEC, que, somando o comprometimento dos dois homens públicos – prefeito e secretário – transformaramJuiz de Fora na capital nacional das escolas comunitárias, chegando ao expressivo número de 13 estabelecimentos de ensino gratuito, mantidos pelas comunidades dos bairros onde estavam implantados com recursos advindos, em grande parte, de bolsas liberadas pela Secretaria Municipal de Educação de Juiz de Fora e em menor parcela do MEC.

Os 13 bairros que tiveram implantados os Setores da CNEC (setor era a denominação que se dava à comissão comunitária responsável pela administração e manutenção das escolas) são: Santa Luzia, Vila Ideal, Furtado de Menezes, Grajaú, São Benedito, Linhares, São Pedro, Borboleta, Jóquei Clube, Benfica, Mariano Procópio , Costa Carvalho e Manoel Honório, este ainda em atividade com o Colégio Monteiro Lobato.

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A presença da CNEC em Juiz de Fora com suas 13 escolas tem ainda uma importante marca na educação, não só dos seus milhares de alunos mas também na formação de professores, já que a CNEC transformou-se num grande laboratório experimental dos acadêmicos das várias licenciaturas da UFJF que lecionavam em seus estabelecimentos. Inúmeros professores tiveram na CNEC de Juiz de Fora o seu alicerce para chegarem aos patamares de hoje.

A década de 1970 foi o auge de um processo que revolucionou o ensino em Juiz de Fora, oportunizando uma educação de qualidade a todos, graças à CNEC e em especial ao grande mestre prof. Murílio de Avellar Hingel, cuja capacidade o tornara referência na educação do Brasil.
Ao mestre nato, pela sua sensibilidade em abrir espaços para aqueles que dificilmente teriam oportunidade de dar sequência aos seus estudos, deixamos em nome de todos eles um preito de gratidão ao prof. Murílio Hingel.

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