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A conta que temos a pagar

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Mesmo em contraste com a nossa atualidade, as medidas impostas pelo Governo significam apenas um ensaio. O que vem mais adiante, lógico, é chumbo grosso. Em nossa democracia, cabe à sociedade rejeitar, de alguma forma, os ajustes e reajustes que só servem para cobrir o rombo deixado pelo Governo anterior, pois, se não o fizer, os trabalhadores e contribuintes estarão pagando duas vezes por aquilo que não concordam.

A presidente reeleita sinaliza que tem pressa para corrigir a herança maldita deixada pelo governo anterior (dela), e, para isso, anunciou uma série de medidas – ou saco de maldades -, no mínimo, para dizer que alguma coisa está sendo feita. Com o crescimento econômico em baixa e a inflação em alta, não dá para permanecer de braços cruzados ou ficar viajando Brasil afora, marcando presença na cerimônia de posse do presidente da Bolívia, reeleito para o terceiro mandato consecutivo. Aliás, por onde andou a presidente reeleita durante o mês de janeiro?

Os apagões que acontecem nesse período de calor e as previsões de racionamento de energia nessa época de seca revelam o quanto deixou de se fazer ou de investir no momento propício do Governo passado. Entretanto, as questões eram outras. Houve uma preocupação muito grande em não deixar pedras sobre pedras em nosso sistema de produção de energia, mas ficou apenas no campo da preocupação, pois a hidrelétrica da Nicarágua, construída e financiada pelo Governo brasileiro – com o dinheiro do povo -, vai muito bem, obrigado.

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É dado como certo que tão cedo o Brasil não sairá dessa crise, e todos os brasileiros serão penalizados de alguma forma para compensar o desastre causado pela incompetência governamental. Enquanto isso, para suprir, em parte, nossas deficiências nas usinas termelétricas, o Brasil continua importando energia excedente da Argentina, sabe-se lá a que preço.

Com as precipitações pluviométricas abaixo da média, as represas apresentam suas dificuldades de armazenamento de água, e muitos reservatórios já atingiram o volume morto. Racionamento de água é a palavra de ordem no momento, e gastar tem que ser somente o essencial. Sem querer cutucar a promessa de campanha feita há mais de uma década, a transposição do São Francisco agora tem motivos de sobra para não sair do papel. Afinal, transpor o quê, com que dinheiro?

Vivemos momentos de pânico, de um Governo realmente atípico em suas decisões. Ele veta o que não poderia e aprova o que não deveria: IOF, IR, CIDE e outras garfadas. Temos uma Petrobras violentada até a alma, e o povo pagando pelos prejuízos causados pelo aparelhamento sem fim. Os malfeitos fabricados conscientemente surgem a cada instante, aumentando a conta que o povo tem a pagar. Um verdadeiro caos anunciado, confirmando a chegada da recessão econômica.

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Para completar, em meio a esse momento de pacote de sacrifícios destinado à população, deputados e senadores, acintosamente, aprovam reajuste de seus próprios salários para a próxima legislatura, a partir de fevereiro. Os mananciais de recursos públicos estão sempre transbordando para a classe política, ao passo que, para o povo, vai faltar água, vai faltar energia, vai faltar emprego, vai faltar dinheiro, vai faltar segurança pública… Oh, recessão maldita!

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