Já é hora de o Brasil começar a pensar em um líder. Alguém para romper este círculo que vai se consolidando e que tem ao centro Lula e Bolsonaro. Esta radicalização, que interessa apenas aos dois e a seus seguidores mais próximos, vai tornando impossível a consecução das reformas necessárias ao país. Sem que percebamos o país vai se dividindo, com a radicalização dos discursos racistas, sexistas, religiosos e políticos, dificultando a implementação das reformas reclamadas há décadas. A verdade é que não temos líderes capazes de pensar nos grandes problemas nacionais.
Alguém que como Churchill, que ao assumir o poder na Inglaterra teve a coragem e a ousadia de dizer ao povo que tinha a oferecer apenas “sangue, suor e lágrimas”, sem falsas promessas. E foi assim, fazendo o que era necessário, que se tornou o grande líder que levou a Inglaterra à vitória na Segunda Guerra. Aqui nos falta alguém assim, que não se estabeleça sobre o palanque, pensando apenas na próxima eleição, esquecendo-se de buscar solução para nossos problemas. Temos vivido tempos bicudos.
Tempos de demagogia, em que, como disse Lula, “dinheiro bom é dinheiro transformado em obras”, como se o Brasil precisasse apenas de obras físicas, que geralmente beneficiam os apaniguados, e não de uma grande obra política de mudanças. Sem casuísmos, com respeito às leis e aos desejos e aspirações da população. Mas, lamentavelmente, estamos distantes disto. Não há, nem de longe, sinais de que uma nova liderança pode emergir no país. Os espaços políticos estão tomados por discussões menores, na disputa por cargos e vantagens orçamentárias.
A população não demonstra preocupação com a qualidade dos que elege, embora fique a reclamar dos políticos, esquecendo-se de que eles são escolhidos por nós, nas urnas. Enquanto não mudar o eleitor, não se muda a qualidade dos políticos. Não mudando os políticos, não mudamos a gestão pública. Não mudando a gestão pública não conseguiremos mudar a realidade do país. Mas não pensem que apenas mudando o presidente, escolhendo alguém com liderança real, daremos jeito no Brasil.
Precisamos aperfeiçoar a qualidade de nossa política a partir da escolha mais consciente de nossos vereadores, prefeitos, deputados e senadores. O eleitor é quem faz a mudança.
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