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Tarifas do transporte público urbano

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O transporte público urbano é da responsabilidade dos municípios. Considerando as dificuldades do Poder Público em administrar frotas de ônibus, o serviço é concedido mediante licitação ao particular, que passa a ter o direito de explorá-lo, com a finalidade de atender às demandas de deslocamentos das pessoas nas cidades.

Os empresários que se dispõem a colocar ônibus nas ruas precisam de capital para comprar veículos, edificar as sedes das empresas, adquirir terrenos para garagens e ter uma boa infraestrutura para cuidar da manutenção da frota. Além de tudo isso, é necessário admitir funcionários, como motoristas, cobradores, fiscais, mecânicos, faxineiros, lavadores, pessoal administrativo, etc.

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A frota, para circular e transportar pessoas em segurança, necessita de combustível, pneus, lubrificantes, peças de reposição, manutenção mecânica, limpeza, etc. A empresa arca com tudo isso e mais salários, contribuições sociais, impostos, taxas, licenças, etc. Além dessas despesas, o capital empregado no negócio tem que ser remunerado. Empresas de ônibus são como qualquer outro empreendimento.

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Todos os anos, os municípios enfrentam sérios problemas por ocasião dos reajustes das tarifas do transporte público urbano. Com o advento da crise econômico/financeira pela qual atravessa o país, com 18 milhões de desempregados, o dinheiro tornou-se escasso, por isso aceitar pagar um pouco mais por passagens de ônibus não é fácil. Em tempo de crise, mexer no bolso das pessoas será sempre motivo de revolta.

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No fundo, todos nós achamos que os deslocamentos urbanos, por ônibus, metrôs e trens, deveriam ser gratuitos. Infelizmente, não são e dificilmente o serão, pois os municípios brasileiros não têm a menor condição de bancar (subsidiar) sozinhos os custos que compõem as tarifas do transporte público.

Nesse caso, a solução teria que passar pela desoneração das tarifas do transporte público, a qual poderá vir pela redução da carga tributária, pela revisão e extinção das gratuidades e pela criação de mecanismos capazes de gerar receitas que cubram os custos que oneram a prestação do serviço, como a Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico – Cide- Municipal, que é um projeto que tramita na Câmara Federal destinado a reduzir o valor das tarifas. Ele prevê um acréscimo de R$ 0,10 no preço dos combustíveis, valor que, se repassado às tarifas do transporte público, poderá reduzi-las em até R$ 0,30.

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Em Juiz de Fora, há alguns anos, o sistema transportava mais de 12 milhões de passageiros/mês; hoje, transporta menos de oito milhões de pessoas. Obviamente, quanto menos pagantes, maior o valor da tarifa. Mesmo assim, segundo o Mobilize Brasil, em 2016, 46,28% das pessoas usaram o transporte público em seus deslocamentos diários. As cidades são um “moto contínuo”, não param nunca!

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