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O Reino

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“Tornou pois a entrar Pilatos no pretório, e chamou a Jesus, e disse-lhe: tu és o Rei dos Judeus? Respondeu-lhe Jesus: o meu reino não é deste mundo; se o meu reino fosse deste mundo, certo que os meus ministros haviam de pelejar para que eu não fosse entregue aos judeus; mas por agora o meu reino não é daqui. Disse-lhe então Pilatos: logo, tu és rei? Respondeu Jesus: tu o dizes, que eu sou rei. Eu não nasci nem vim a este mundo senão para dar testemunho da verdade; todo aquele que é da verdade ouve a minha voz.”

Essa passagem relatada pelo evangelista João revela momentos que se sucederam à crucificação de Jesus. O ensinamento evidenciado nessa e em outras passagens com o Cristo refere-se à vida futura, a que se destina toda a humanidade e, por isso, deve ser alvo das principais atenções dos homens na Terra. Historicamente, os judeus tinham ideias muito vagas do que seria a vida futura; acreditavam em anjos como seres privilegiados da criação e consideravam que seguir as leis de Deus significava receber recompensas na Terra. Dessa forma, ignoravam que os homens poderiam se tornar seres de luz e participar da felicidade celeste. Mais tarde, Jesus veio revelar que existe outro mundo, destinado àqueles que observam as leis de Deus e onde há a Sua justiça.

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Sendo assim, vale refletir que as conquistas terrenas são temporárias, modificam-se de mãos, esvaem-se com o passar do tempo. É contra concentrar-lhes as expectativas e a importância em prejuízo dos interesses da alma que cuidam os que compreendem a afirmação de Jesus: “O meu reino não é deste mundo”.

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Quando interpelado por Pilatos, Jesus ainda destaca que todo aquele que é da verdade ouve a sua voz. Dessa forma, nas oportunidades de evolução espiritual que a vida apresenta a cada um, diariamente, é possível cultivar o reino de Jesus no íntimo do coração, ouvindo a voz do Mestre e buscando viver seus ensinamentos, através da semente da abnegação, da humildade, da caridade, do perdão, do amor, enfim.

Lembremo-nos, ainda, das bem-aventuranças proferidas por Jesus. Elas não se referem a esperanças e consolações futuras, mas representam a integração dos filhos com o Pai, assim que se identifiquem com a humildade, a mansidão, a misericórdia, a bondade, etc: “Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados; bem-aventurados os puros de coração, porque eles verão a Deus; bem-aventurados os mansos, porque eles possuirão a Terra”. Ajustarmo-nos às leis do Pai celestial é viver a comunhão com Ele, seguindo o chamado do Cristo.

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Para isso Jesus veio à Terra, viveu entre os homens, lutou, sofreu, realizou o bem, espalhou o amor e o perdão, doou energias curadoras, dando testemunho da verdade. Seu Evangelho de amor é o roteiro de luz que deve conduzir os homens a caminho do Reino: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida; ninguém vai ao Pai senão por mim”.

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