Ícone do site Tribuna de Minas

CEBs: em saída na busca da plenitude

tribunalivre destacada
PUBLICIDADE

Em artigo publicado na mais recente edição da revista Vida Pastoral, o teólogo Emerson Sbardelotti apresentou as Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) como o lugar da espiritualidade libertadora e da sinodalidade. O texto, que homenageia D. Pedro Casaldáliga e Reginaldo Veloso – o “presbítero das CEBs”, convida à reflexão e chama a atenção de toda Igreja para o 15º Intereclesial das CEBs, a realizar-se na cidade de Rondonópolis (MT), de 18 a 23 deste mês de julho.

Sobre os primeiros encontros, o sociólogo Pedro Ribeiro de Oliveira nos conta em sua obra “Fé e Política: uma trajetória” que Frei Betto organizou os trabalhos de forma a permitir que os representantes das comunidades se reunissem entre si, enquanto bispos, assessores e agentes de pastoral se encontravam à parte para que não houvesse inibição na participação de um grupo pelo outro. Mas, havia momentos de reflexão conjunta e de convívio geral. Os assessores ficaram responsáveis de produzir textos sobre os relatórios vindos das comunidades e dessa iniciativa surgiram as obras que são como “trilhos sobre os quais caminham as CEBs: ‘Flor sem defesa’ de C. Mesters, que apresenta a leitura popular da Palavra de Deus e ‘Eclesiogênese’, de L. Boff, que dá fundamentação teológica à Igreja que nasce do povo.”

PUBLICIDADE

Depois de 48 anos da realização do 1º Intereclesial das CEBs, em Vitória (ES), que teve como tema “Uma Igreja que nasce do povo pelo Espírito de Deus”, as CEBs do Brasil promovem 15º Encontro Intereclesial em Rondonópolis (MT), dentro das comemorações dos 60 anos do Concílio Ecumênico Vaticano II, grande celebração da esperança que jorra do sangue derramado dos(as) mártires da caminhada latino-americana e caribenha, os quais nos antecederam e mostraram o caminho, como testemunhas e profetas do Reino da vida.

PUBLICIDADE

Para Sbardelotti, “as CEBs, enquanto lugar social, são o espaço da sinodalidade e da espiritualidade libertadora, pois caminham juntas com as novas mulheres e os novos homens, produzindo dentro delas e deles uma transformação, empurrando-as, empurrando-os para o mundo”.

Ainda que o termo de sinodalidade não se encontre, explicitamente, no ensinamento do Concílio Vaticano II, pode-se afirmar que a instância da sinodalidade está no coração da obra de renovação por ele promovida. Sobretudo no modo como o conceito se fixou na tradição eclesial para significar essa realidade de comunhão e partilha das mesmas preocupações para conjuntamente tomar decisões sobre elas.

PUBLICIDADE

E as CEBs são também lugar social da espiritualidade que alimenta a caminhada no seguimento de Jesus de Nazaré. A espiritualidade inspira, evocando mais liberdade e criatividade.
“Trata-se de espiritualidade libertadora, pois leva a viver segundo o Espírito de Jesus de Nazaré e ter a mesma prática dele. Nas palavras de Pedro Casaldáliga, é a espiritualidade do amor comprometido com os pobres da terra. Um amor político, com suas consequências diárias.”

O tema do 15º Intereclesial das CEBs já não deixa dúvidas desse compromisso: “CEBs: Igreja em saída na busca da vida plena para todos e todas”. E o lema “Vejam! Eu vou criar novo céu e uma nova terra” (Is 65,17), “é uma lufada de esperança, uma certeza de que o Deus da vida tem um presente reservado a todos, todas nós.”

PUBLICIDADE
Sair da versão mobile