Ícone do site Tribuna de Minas

Efeitos dos juros nas eleições

tribuna.livre
PUBLICIDADE

O Banco Central europeu anunciou uma considerável alta nas taxas de juros para tentar conter a inflação por lá. Em todo lugar, a alta dos juros para conter inflações produz a diminuição do dinheiro no mercado, que migra para a compra de ações que rendem juros. Quando a quantidade de moeda diminui, a tendência é diminuir a demanda por bens supérfluos e também outros bens indispensáveis para a sobrevivência humana.

A diminuição do dinheiro no exterior também provoca efeitos internos. Quando um país diminui suas compras no exterior, os países que vendem esses bens também sofrem seus efeitos. A diminuição das compras externas também provoca perdas nos mercados vendedores, que, vendendo menos, diminuem as ofertas de trabalho, e, por sua vez, esse desemprego provoca diminuição nas compras da população. Esse efeito cascata provoca uma diminuição da produção dos vendedores e desemprego.

PUBLICIDADE

Por temer os efeitos externos e internos nas eleições, o Governo abaixou os impostos na gasolina e no diesel. Esperava-se conter os avanços de seu adversário eleitoral. Para os menos entendidos, esse efeito momentâneo poderia durar, o que não é verdade. Depois das eleições e até o fim do ano, o “efeito gasolina” pode acabar, e o nível de preços desse bem pode ficar dentro dos padrões internacionais, como é a regra. Quando os preços da gasolina subirem e produzirem seus efeitos nos preços de bens e serviços é que a população vai ver que o “efeito gasolina” terminou. Foi ótimo enquanto existiu, mas o mercado internacional não espera que isso resolva os problemas internos de outros países.

PUBLICIDADE

Quando o Brasil tiver que ajustar para cima os preços dos combustíveis líquidos ou gasosos, aí será tarde, e não adianta falar palavrões contra o Governo porque se sentiram enganados pelo efeito eleitoral. Em vésperas de eleições vale tudo e de tudo, inclusive nos preços dos bens indispensáveis para se continuar vivendo. A inflação e os juros altos alinhados ao nível de desemprego elevado contribuem para a queda da renda da população e para a capacidade dos devedores quitarem suas dívidas. O Clube de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte, por exemplo, deve colocar um freio na oferta de bens a juros baixos, porque os devedores estarão apertados para saldar suas dívidas. Nesse aspecto, os cartões de crédito serão sempre um dos maiores vilões nessa história.

A invasão da Ucrânia pela Rússia e os efeitos continuados da pandemia de Covid-19 prejudicaram países em todo o mundo. Entretanto não devemos jogar a culpa na pandemia pelo desemprego e as quedas nas rendas dos consumidores brasileiros. A culpa total é pela ausência de crescimento e desenvolvimento. Sem isso, qualquer tentativa de diminuir a pobreza, o desemprego e o crescimento nas ruas do número de desempregados e vendedores de drogas será totalmente inócua.

PUBLICIDADE
Sair da versão mobile