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Quando amarás o teu próximo?

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É forçoso, por demais, querer que um adulto leia determinado livro ou obra. Mas não o é quando se inicia a uma criança aos primeiros passos para a alfabetização.

Consegue o legente perceber a “distância” entre um adulto e uma criança? A “distância” entre o aprendizado e o autoconhecimento? Para Carl Gustav Jung (1875-1961, psiquiatra e psicoterapeuta suíço, fundador da psicologia analítica), in “Resposta a Jó”, “o processo de tomada de consciência dos conteúdos inconscientes pode ser bastante penoso, já que traz conteúdo paradoxal e que não gostaríamos de ter conhecimento sobre”.

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Na esteira do raciocínio, perceba o leitor: “Deus acima de tudo”, “Deus no comando”, “Deus é maior”, “Em todo o tempo Deus é bom”… Se assim pensa uma grande parcela da população brasileira, para não dizer que é a maioria, por qual razão crianças morrem de fome no Brasil? A culpa é dos pais? A culpa é porque são pobres? Ou a culpa é porque não têm fé?

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“Deus proverá.” De acordo com informação divulgada pelo sítio “G1”, em 19 de novembro de 2021, “a parcela de 1% com maior renda no Brasil recebe quase 35 vezes mais que a metade dos mais pobres”. Tal informação talvez passe despercebida pela maioria dos cristãos; talvez porque não compreendam a dimensão do abismo social. Mas quando se propõe um projeto para socializar a riqueza… a maioria dos cristãos parece se “incomodar” e, como se não bastasse, cristãos que são dizem: “Isso é coisa de comunista”.

Cristãos, nos tempos modernos, querem e gostam de “destilar” sua fé em redes sociais, mas quando instados a viverem a ética do amor ao próximo… Para tais cristãos, o amor ao próximo nada tem a ver com política ou não faz parte da política! Se nasceu pobre é porque “Deus quis assim” e, se continua pobre, ou é falta de fé ou é porque não se esforça o suficiente!

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Do exposto acima fica a observação: a maioria dos cristãos não gosta e/ou não quer analisar e compreender a realidade social em que vivem! Cristãos hodiernos portam armas, incitam a discriminação, o racismo, o preconceito, fomentam a violência, condenam os pobres e classificam de “comunistas” aqueles que não compactuam com suas ideias/ideais/comportamentos ou que propõem projetos para uma integração social e uma sociedade mais equânime. Tempos difíceis para se praticar o amor ao próximo!

Como dito por Jung, “o processo de tomada de consciência dos conteúdos inconscientes pode ser bastante penoso, já que traz conteúdo paradoxal e que não gostaríamos de ter conhecimento sobre”.

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