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O fim da Lava Jato

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Não é o que a maioria do povo brasileiro deseja, mas existem fortes articulações e indícios da existência de setores, públicos e privados, trabalhando ativamente para acabar com a operação Lava Jato e desmoralizar o seu inspirador, o hoje ministro da Justiça, Sérgio Moro. Claro que todos sabem, e os meus leitores hão de lembrar, que há muitos anos bato na tecla de que a impunidade, de grandes e pequenos, sempre foi o grande mal deste país.
Isso não significa, porém, que se tenha que execrar os empresários do país, e até mesmo fechar empresas altamente conceituadas tecnicamente em suas áreas de atuação, como parece que acontecerá. A propina ou comissão, como era chamada, sempre fez parte do jogo, e quem não paga não tem trabalho. Mas, convenhamos, não era tão escancarada, política de governo, quase.

Na era PT, o propinoduto atingiu níveis criticados internacionalmente. Virou, infelizmente, uma prática de governo para perpetuação de um grupo no poder. Sérgio Moro, corajosamente, escancarou o processo, a ponto de levar Lula para a cadeia.

O presidente Bolsonaro, que viveu no Congresso 28 anos, devia ter ciência do “toma lá dá cá” e garantiu que não iria governar dessa forma, e claro que vem sendo atacado, até porque é um presidente que “não tem papas na língua”. Mas é também verdade que não conseguiu abolir a prática. Talvez tenha reduzido um pouco.

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Agora, os que querem neutralizar a Lava Jato em sua ação de combater a corrupção buscam atingir a reputação do hoje ministro Moro, quando ainda como juiz, e do procurador Deltan Dallagnol, que estão sofrendo uma campanha difamatória, que vem tanto dos aliados do atual Governo quanto de opositores, pois, afinal, corrupção não é privilégio da direita nem da esquerda, é prática disseminada, em maior ou menor escala, em todos os níveis de poder e na maioria dos países.

Desmoralizar os principais rostos da operação é a tática para desacreditar os resultados da Lava Jato até aqui. Até os “hackers”, apostam alguns, estão sendo pagos, não se sabe por quem, para atuar contra a Lava Jato. Pode ser.

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