Neste 5 de junho, comemoramos a 51ª edição do Dia Mundial do Meio Ambiente. Como de costume, nesta data, praticamente em todos os países do mundo, são promovidas inúmeras ações e atividades objetivando conscientizar e sensibilizar as autoridades, os empresários e as populações da importância e da necessidade de se preservar os nossos ecossistemas. Ao mesmo tempo, é preciso que a humanidade tome conhecimento das agressões que acontecem em nossas ambiências.
Em minhas palestras, procuro demonstrar um exemplo muito simples, mas que nos dá a dimensão conceitual do que seja um ecossistema: uma poça de água constitui-se em um ecossistema, pois nela existem diversos microrganismos vivos que interagem entre si e com fatores do ambiente.
O espaço aqui é pequeno para que se possa registrar os inúmeros impactos e crimes ambientais que vêm acontecendo nos ecossistemas brasileiros, com consequências socioambientais incalculáveis: em Brumadinho (MG), a Vale cometeu um dos maiores crimes ambientais da humanidade, provocando impactos socioambientais inimagináveis, levando à morte de quase 300 pessoas; em Mariana (MG), aconteceu o maior crime socioambiental ligado à mineração em todo o mundo, provocando a morte de 19 pessoas.
Apesar dos esforços do atual governo em relação à política ambiental, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espacial (Inpe), até maio deste ano, o bioma Floresta Amazônica teve 1.173 km² de árvores derrubadas. Já o nosso bioma (Mata Atlântica), o mais rico em biodiversidade de todo o mundo, teve 1.139 quilômetros quadrados destruídos! Tudo isso sem levarmos em consideração os absurdos relativos à política ambiental, aprovados pela Câmara Federal na semana passada.
E a crise do clima? Não precisamos recorrer ao que está acontecendo pelo mundo afora em relação esta preocupante situação. Em Juiz de Fora, a Prefeitura elaborou o “Programa de Controle de Inundações com Requalificação Urbana e Soluções Baseadas na Natureza”, aprovado pela Câmara Municipal, para a realização de uma operação financeira de R$ 420 milhões, em instituições financeiras, objetivando a realização de obras estruturantes a fim de diminuir as consequências socioambientais dos alagamentos que vêm acontecendo em diversos pontos na área urbana juiz-forana. Quem irá pagar esta conta?
Ah, nesta data, nós, juiz-foranos, não podemos nos esquecer do que acontece com o nosso “castigado” rio Paraibuna. Apesar dos avanços no tratamento, desgraçadamente, continua recebendo em suas águas, de acordo com a Cesama, 70% de todo o esgoto gerado na área urbana! Ah, lembremos novamente do exemplo da poça d’água!