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Cultura do encontro

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Papa Francisco dirigiu na última semana uma carta ao pe. James Martin, SJ, para cumprimentá-lo pela realização da conferência Outreach LGBTQ Catholic Ministry nos dias 24 e 25 de junho de 2022. Nela, o Pontífice afirma “que o mais valioso não é o que aparece em folhetos e fotos enviados a mim, mas o que aconteceu nos encontros interpessoais. (…) poder olhar um para o outro ‘face a face’, mesmo com quem pensa diferente ou com quem as diferenças parecem nos separar e até nos confrontar. Quando superamos essas barreiras, percebemos que há mais que nos une do que nos distancia”.

“Encorajo-vos a continuar a trabalhar na cultura do encontro, que encurta distâncias e nos enriquece com as diferenças, como fez Jesus, que se fez próximo de todos. Asseguro-lhe a minha oração. Não pare de orar por mim. Que Jesus te abençoe, e a Virgem Santa cuide de você.”

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Foram breves as palavras, mas de suma importância para as pessoas LGBTQIAPNB+, não tanto pela visibilidade que eles recebem e a bênção fraterna do Santo Padre, mas, sobretudo, porque, em termos estatísticos, o cristianismo tem sido perigoso para elas.

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“Segundo a agência de notícias Reuters, jovens LGBTs que cresceram em famílias religiosas são 52% mais propensos a pensar em suicídio. Um estudo da National Gay and Lesbian Task Force indica que 40% dos jovens sem teto se identificam como LGBT. Outro estudo, do Albert Kennedy Trust, indica que 45% desses jovens sem teto não têm onde morar porque foram rejeitados por suas famílias,” afirma recente artigo publicado pela por The Huffington Post, em 2019. O Brasil ainda guarda a mancha de ser o país que mais mata por LGBTfobia. Isso sem contar formas menos explícitas dessa violência como o preconceito e a exclusão.

As aberturas do Papa Francisco para as pessoas homossexuais foram muitas nos seus anos de pontificado. Palavras altamente significativas que ajudaram a derrubar tanto a perspectiva rígida de condenação por parte das hierarquias quanto das pessoas homossexuais e suas famílias que muitas vezes se sentiram discriminadas pela Igreja.

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No passado, Bergoglio também reiterou que “as pessoas homossexuais têm o direito de estar em uma família. Eles são filhos de Deus e têm direito a uma família. Ninguém deveria ser expulso ou se tornar infeliz por isso. O que precisamos criar é uma lei sobre as uniões civis. Dessa forma, eles são legalmente cobertos. Lutei por isso”, explicou em um documentário realizado pelo diretor russo Evgeny Afineevsky.

Uma posição que, ainda que deixe inalterada a doutrina da Igreja sobre esse tema, contribui, com as muitas intervenções eloquentes do Papa, para uma diferente atitude pastoral, de acolhimento e não de rejeição.

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