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Entre a política e a idiotice brasileira

por Matheus dos Reis Gomes, Graduando em Bacharelado Interdisciplinar em Ciências Humanas pela UFJF
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O discurso político que está sendo professado hoje no Brasil está cada vez mais inaudível, intragável, intolerável e indecente. Algumas pessoas chegam a “vomitar” frases e mais frases em nossos ouvidos sem ao menos raciocinar. Filas bancárias, de lotéricas, de bares e até filas hospitalares estão sendo realmente a ágora do povo (a ágora era constituída geralmente por uma praça principal, situada na Grécia antiga, onde aconteciam reuniões e assembleias, tanto de cunho religioso como político).

A discussão é extremamente importante – que bom que está havendo um diálogo -, mas existem frases que estão sendo vomitadas por algumas pessoas que estão sendo, no mínimo, engraçadas por sua tamanha idiotice. Idiotas, idiotas, idiotas, idiotas e idiotas. Para exemplificar, a frase que está sendo mais idiota e falada no momento é: “Eu não votei em fulano de tal, então não é culpa minha”. Caro leitor, ainda não percebeu a idiotice dessas pessoas? (Espero que os senhores não sejam um desses indivíduos.)

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Há também algumas pérolas que os “brasileiros” costumam dizer, que também chegam a ser engraçadas: “Eu não gosto ou não me interesso por política”, “Política não se discute”, etc. Nunca faltaram frases para o brasileiro “gorfar” e nunca faltarão.

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Não sei se perceberam que, nos parágrafos anteriores, foram escritas algumas “poucas” vezes a palavra idiota. Mario Sérgio Cortella e Renato Janine Ribeiro escreveram uma obra, belíssima por sinal, intitulada: “Política: para não ser idiota”.

No primeiro capítulo do livro, eles descrevem o que é ser idiota, que, por sinal, me causou um pouco de incômodo quando li; eles escrevem: “O que podemos constar é que acabou se invertendo o conceito original de idiota, pois a expressão idiótes, em grego, significa aquele que só vive a vida privada, que recusa a política, que diz não à política” (páginas 7 e 8). Portanto idiota é aquele que não está dando a mínima para o que está acontecendo no atual cenário político.

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Não adianta querer que eles “arrumem” o Brasil, porque a política também é feita por você, a corrupção também passa nas suas mãos quando você não emite uma nota de prestação de serviço, quando você “cola em uma prova”, quando recebe troco a mais na padaria – sabendo que recebeu – e finge que nada aconteceu.

Antes de apontar o erro dos outros, olhe para si. Antes de querer mudar o Brasil, a cidade e talvez o mundo, comece arrumando o seu quarto, lavando a louça do jantar e arrumando a sua cama, sabe por quê? Porque estamos matando o animal político de Aristóteles, seu idiota!

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