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Compaixão e socorro

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“Se amais aos que vos amam, que tipo de recompensa há […]. Todavia, amai os vossos inimigos”, nos orienta Lucas em seu evangelho.

De maneira geral, em leitura viciada na rapidez e sem muita reflexão tão necessária, essa passagem evangélica sobre a prática do amor é pouco compreendida.

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Se as almas mais sensíveis da poesia traduzem o amor em lânguidas palavras, os imediatistas veem essa nobre emoção limitada a carícias e aos prazeres, chegando mesmo a tê-la em níveis da vulgaridade, como instrumento de satisfação de seus desejos perniciosos. E, como tal, desvirtuam as palavras do Mestre como forma de justificar seus abusos.

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Ao ensinar sobre o amor, Jesus amplia a nossa estreita emoção, elevando-a a níveis superiores, nos posicionando como sendo todos nós, os habitantes do planeta, como iguais. Cada um em sua individualidade espiritual, mas desprovido dos conhecimentos engrandecedores. Assim sendo, todos nós ainda somos crianças espirituais, sujeitas a quedas. Daí a importância fundamental de “amar ao próximo”, para que igualmente sejamos amados. Esse divino amor semeado por Jesus sustenta-se em muitos pilares eternos, dos quais destacamos dois: a compaixão e o socorro.

Compaixão, esse sutil sentimento, discreta atitude que pode ser expressa na constante intenção espiritual em auxiliar o próximo, quando mergulhado em emoções de infelicidade e tormentas íntimas. Socorro é a presteza de toda ação de auxílio às necessidades várias, sem que em ambos os casos esperemos algo em benefício próprio.

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Não é tão simples quanto parece, visto que vivemos em uma sociedade que respira e alimenta o antagonismo, em que surgem constantes discordâncias e discórdias, tornando-se difícil, quase impossível, amar o inimigo.

Porém, se retornarmos ao princípio da fraterna lição, veremos que o Mestre de Nazaré nos ensina que todos somos, por base evolutiva, iguais e, como tal, sujeitos aos mesmos percalços, o que sustenta o amar para ser amado. Portanto, se estamos todos suscetíveis a falhas e erros, por isso igualmente necessitados do socorro e da compaixão do nosso próximo, saibamos entender a necessidade constante do próximo mais próximo, onde nós estivermos.

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Amar ao nosso inimigo, como nos aconselha Jesus, não é o aplauso àquele que rouba ou destrói, muito menos dilatar as ações de perversidade ou má-fé; é, sim, o que nos ensina o espírito Emmanuel, em psicografia de Francisco Cândido Xavier: “Ama, pois, os que se mostram contrários ao teu coração, amparando-os fraternalmente com todas as possibilidades de socorro ao teu alcance, convicto de que semelhante medida te livrará do calamitoso duelo do mal contra mal”.

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