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Religião e lei moral

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Nestes tempos de rápidas mudanças comportamentais, rompimentos e quedas de valores, a esperança de melhorias vai escasseando, trazendo a desilusão perigosamente, empurrando o homem em desalento a viver a cada dia como fosse o último. Um período de atitudes inconsequentes das quais herdamos os resultados.

Aprendemos no Espiritismo sobre a existência do livre arbítrio. Este que ensina sermos os artífices do próprio destino, somando ao aprendizado da reencarnação, e que descobriu que o tempo como tal não existe, que somos eternos em espírito e verdade. A Doutrina Espírita é um vasto manancial de conhecimento sobre a vida espiritual, enquanto estamos encarnados e depois que deixamos a materialidade do planeta. São ensinamentos que amenizam as dores na justa medida que rompem horizontes, descortinando as leis morais ensinadas por Jesus. As religiões tradicionais e seculares falam de milagres e detalhes das vidas de personagens bíblicos e de Jesus. Mas nenhuma destaca as leis morais, estas que são a fonte libertária e de progresso e não de cativeiro sob o jugo sacerdotal. Cabe ao Cristianismo utilizar ao máximo a divina sabedoria na construção do “homem de bem”, citado no Evangelho, e não semear o temor a Deus como a regência de todas as coisas. A religião, ao criar um código de conduta, fundamentado em pecados e heresias generalizadas a todos seus fiéis, esquece-se da individualidade natural, como fomos criados por Deus. Adotaram-se as rígidas condutas estabelecidas nos códigos disciplinares das religiões. O simples fato de cumprir tais regras cria a sensação de superioridade frente aos demais, os pecadores, os impuros ou hereges. Pior ainda, cria no fiel o exato sentimento de satisfação espiritual, geralmente levando-o ao abandono do esforço de melhorar-se dia a dia.

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Em O Livro dos Espíritos aprendemos que: “O verdadeiro homem de bem é aquele que pratica a lei de justiça, de amor e de caridade na sua maior pureza”. Continua Kardec: “Examinando a sua consciência o homem se pergunta não fiz mal nenhum, mas realizei o bem suficiente?” O espírito encarnado exercita sua elevação quando rege os atos de sua vida física pelas leis de Deus e quando compreende por antecipação a vida espiritual. Este ser humano repleto de serenidade torna-se capaz de praticar a caridade em sua mais profunda expressão, fazendo o bem pelo bem. Não contando com qualquer possibilidade de retribuição, chega a desenvolver a capacidade amorável de sacrificar seu interesse pessoal mais profundo, em benefício da coletividade.

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Neste mundo materialista de tantas religiões, onde vemos um templo a cada bairro, por que tanto desamor e discórdias? O que nos falta? Nos falta é voltarmos nossa atenção para o próprio íntimo, deixando de lado as convenções sociais passageiras, os reflexos de nosso egoísmo, e examinarmos minuciosamente nossas atitudes, refletindo, se agora fosse chamado ao plano espiritual, que mensagem legaria aos meus que ficaram no planeta? Com o pensamento esclarecido e clareado pelo Evangelho segundo o Espiritismo, devemos vasculhar nosso íntimo, buscando corrigir as faltas cometidas contra as leis morais, corrigindo as dificuldades que causamos ao próximo, para que a vontade do Pai seja feita na Terra como é feita no céu.

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